Em nosso estado normal de ausência, ou seja, de estarmos fazendo uma coisa e pensando em outra, agimos espontaneamente ou comandamos as nossas ações de acordo com as nossas decisões?
Agimos espontaneamente, ou mais precisamente, agimos automaticamente. Isso significa que os nossos atos acontecem por si mesmos sem precisarmos comandá-los.
E se estivermos presentes, realmente atentivos ao que está acontecendo no momento, agimos espontaneamente ou comandamos as nossas ações de acordo com as nossas decisões?
Creio que muitos vão se surpreender com a minha colocação: em um estado de atentividade ao momento presente, igualmente os nossos atos acontecem por si mesmos sem precisarmos comandá-los!
Então, estando presentes ou ausentes, dá tudo na mesma em termos de nossas ações?
Não! Nos dois casos os nossos atos acontecem por si mesmos sem precisarmos comandá-los, mas esses atos vêm de dimensões diferentes estando nós ausentes ou presentes!
Em nosso estado de ausência, os nossos atos espontâneos vêm de dimensões condicionadas, sempre repetindo o mesmo “disco” para situações semelhantes.
Já estando presentes, os nossos atos espontâneos vêm de dimensões da sabedoria interna, com respostas imprevisíveis para nós mesmos e que levam em conta o todo da situação, mas, enfatizo, esses atos igualmente acontecem por si mesmos sem precisarmos buscá-los, comandá-los ou pensar a respeito.
“Agimos espontaneamente, ou mais precisamente, agimos automaticamente. Isso significa que os nossos atos acontecem por si mesmos sem precisarmos comandá-los”
Na verdade, só quando estamos presentes é que percebemos que na maioria das vezes não somos os atores de nossas vidas, mas os espectadores de nossa vida, ou seja, a testemunha do que nos acontece e do que nós mesmos fazemos.
Este é o Estado de Fluxo, o agir que acontece por si, em uma condição em que estamos atentivos ao momento presente!
No Estado de Fluxo, superficialmente pode parecer que estamos decidindo fazer isso ou aquilo, mas não estamos. Estamos apenas percebendo a realidade do momento e, a partir dessa percepção, os nossos atos se direcionam para cá ou para lá, por si mesmos.
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Quando realmente percebemos esse acontecer criativo, sentimos uma sensação de adequação e leveza profundamente agradáveis.
Só quem vislumbra este Estado ou já sentiu o seu “gostinho” para manifestar o impulso natural de vivenciá-lo mais e mais, e a meditação profunda é um caminho para ele…