Segunda-feira ensolarada. Eram oito horas e qualquer segundo perto do atraso. Linha verde. Lá estava eu, andando apressada por entre as pessoas que tomavam conta daquela estação. Estressada com o ocorrido do dia anterior e tentando montar o quebra-cabeça que enrolou por entre as minhas sinapses – totalmente confusa com as pontadas que estavam começando a surgir na minha cabeça.
Encostei-me sobre um apoio e aguardei o próximo metrô. Entrei, sentei-me e reparei que, de um lado, havia um casal fazendo juras de amor. À minha frente, uma família rindo e trocando papéis. Do meu lado, uma mulher com duas crianças – que não paravam de fazer barulho e aquilo estava me incomodando ao ponto das pontadas serem mais fortes.
“Um segundo bastou e eu comecei a sentir uma forte dor de cabeça. Senti que estava perdendo o movimento dos meus braços. Sentindo náuseas. Desesperada, tentei e não conseguia emitir sons.”
Não lembro ao certo se era o barulho de dentro do metrô, o tic-tac do relógio ou a incompleta tarefa de montar o quebra-cabeça – um segundo bastou e eu comecei a sentir uma forte dor de cabeça. Senti que estava perdendo o movimento dos meus braços. Sentindo náuseas. Desesperada, tentei e não conseguia emitir sons. Eu, ali, perdida e incompreendida com o que estava acontecendo comigo. Cogitei a possibilidade de um AVC, mas não acreditava no que estava me acontecendo aos meus 20 anos de idade.
Novamente, trago um relato fictício para abordar um tema muito comum entre os idosos e pouco citado entre pessoas jovens – por isso, decidi exemplificar o que é um acidente vascular cerebral e quais as suas possíveis causas, prevenção e reabilitação.
Bom, existem dois tipos de acidentes vasculares cerebrais, o tipo isquêmico – que é a falta de circulação numa área do cérebro provocada por obstrução de uma ou mais artérias por ateromas, trombose ou embolia. Muito comum em pessoas mais velhas com diabetes, colesterol elevado, hipertensão arterial, fumo e problemas vasculares.
E o hemorrágico – que é um sangramento provocado por rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo podendo decorrer de uma hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue e traumatismos. Há também outros fatores pré-dispostos como estresse, uso de anticoncepcional, obesidade, aneurisma e cardiopatia.
Apesar de ser muito popular entre os idosos, as crianças e os jovens também correm o risco de sofrer um AVC e isso pode ocorrer por fatores genéticos, estresse, hipertensão, tabagismo, etc.
Segundo a OMS: “O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte e de sequelas no mundo e no Brasil. A doença cerebrovascular atinge 16 milhões de pessoas ao redor do globo a cada ano. Dessas, seis milhões morrem. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença. O risco de AVC aumenta com a idade, sobretudo após os 55 anos. O aparecimento da doença em pessoas mais jovens está mais associado a alterações genéticas. Pessoas da raça negra e com histórico familiar de doenças cardiovasculares também têm mais chances de ter um derrame.”
Como diagnosticar uma pessoa com AVC?
Há diferentes manifestações de sintomas em diferentes pessoas e isso pode depender muito da área em que foi atingida, a proporção do caso, idade e o tipo de acidente vascular, porém, os principais sintomas são:
- Dor de cabeça súbita
- Fraqueza ou adormecimento de um membro ou de um lado do corpo (como braço, perna e face)
- Alteração da linguagem
- Dificuldades para exercitar as AVD’s (atividades de vida diária), por exemplo, alterações motoras, distúrbio sensitivo, etc
- Tonturas
- Formigamentos de um dos lados do corpo
- Alterações de memória, náuseas, etc
Como é realizado o tratamento pós-AVC?
Se diagnosticado e atendido de imediato, o paciente é encaminhado para um atendimento hospitalar e lá é feito o uso de trombolíticos e anticoagulantes para diminuírem a extensão dos danos causados pelo acidente vascular. Há casos extremos em que é recomendado fazer uma cirurgia para retirada de algum coágulo.
Existem também meios terapêuticos ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas capazes de ajudar a restaurar as funções, os movimentos e a fala.
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Como prevenir um AVC?
- Um dos meios de prevenção e redução do risco de ocorrer um AVC são:
- Ter um check up em dia
- Fazer atividade física regularmente
- Evitar o consumo do cigarro e ingestão excessiva do álcool
- Ter uma alimentação saudável
- Ter o reconhecimento dos sinais de alerta do AVC
Referências:
http://www.abavc.org.br/