Autoconhecimento Psicanálise

Contemplando: as dores e alegrias de estar em terapia

Escrito por Valéria Schil

Olá queridos amigos! Dando sequência na estoria da minha vida, de como de lagarta virei borboleta, após chegar ao fundo do poço, onde não via saída, seguirei contando as minhas experiências pessoais em consultório durante minha terapia, antes de dar sequência na proposta de relatar alguns casos de meus pacientes, que acredito que poderão ajudar vários leitores na identificação de suas dificuldades.

Recebi muitos e-mails de homens e mulheres que se identificaram com os meus textos, portanto, achei melhor começar por mim mesma.

Lá no tempo do casulo do conhecimento, quando eu fazia o curso de psicanálise, eu iniciava a terapia, me sentia ainda um nada, mas já começava a acreditar que agora estava no caminho, pois fui aos poucos percebendo que  algo começou a mudar.

Em uma vida de inconstâncias, onde  começava as coisas com entusiasmo e logo desanimava, nada em minha vida tinha começou, meio e fim. Chega um momento que isso se torna insustentável. Junto com a minha terapeuta, comecei um processo de reconstrução, agora havia me comprometido (comigo) a perseverar, só desistiria de algo junto com a conclusão checada em consultório, ou seja, usando a razão e a emoção, no equilíbrio.

O tempo ia passando, e quando vinha o desânimo buscava compreender os “porquês” de cada situação que me aborrecia e desanimava. Geralmente o desânimo vem do nosso imediatismo, da ansiedade que nos leva a querer a obra pronta  mesmo antes de fazer o alicerce e colocar os tijolos na construção. Não pode haver conquistas sem contemplação. Contemplar é olhar com a alma, com gratidão por tudo que vem para nós, acreditando que seja lá o que for que nos aconteça, sempre vem para somar em nossa vida e trazer algum aprendizado.

Mas pensem e me digam: Que ansioso contempla? Passamos a vida jogados para o amanhã, peito cheio de angústias e ansiedades, nada perdura, nada sacia, nada permanece conosco. Lá rastejava eu, na eterna frustração, responsabilizando os outros pela minha infelicidade, como se alguém pudesse ser responsável pelo meu sentir. Comecei a entender que ao cobrar dos outros, o que na verdade é minha responsabilidade, afastava-os de mim. Quanto mais cobrava, mais ficava só.

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A terapia começava a dar resultados e a cada conquista me sentia mais inteira, mais forte. Ela me ensinava a pensar de outra forma, hoje brinco “de errar diferente”, para colher coisas diferentes, vai que dá certo né? Decidi correr o risco das escolhas, escolhi sacrificar o Eu que achava seguro, para me jogar no Eu incerto do novo caminho, e só assim realmente me tornar um Ser inteiro, baseada nos meus próprios valores agora.

A cada acesso ao inconsciente trazia mais material que eu olhava, interpretava, retificava e estava livre! O acesso ao inconsciente é uma técnica onde o  terapeuta nos coloca em um estado de relaxamento, dentro de um lugar mental que chamamos de lugar seguro. Construímos lá também um sábio, um ser por nós imaginado, chamado assim por saber tudo sobre nós, todos os nossos desejos, medos, mágoas, alegrias, tudo que diz respeito ao nosso sentir.

Ao começarmos a trabalhar com esse lugar e sábio, adquirimos um estado de equilíbrio inimaginável, ao treinar estar lá, conseguimos olhar de dentro para fora, redescobrimos nosso poder, e treinamos para manter assim nosso Ser. Nesse lugar também fazemos nossas projeções (assunto para uma próxima coluna), e ao começar a compreender e sentir o que me impedia, pude enfim me libertar.

Durante um bom tempo de terapia precisei da ajuda da terapeuta para achar o caminho, é normal “dependermos” de nossos terapeutas para quase tudo, com o tempo vamos aprendendo a andar sozinhos, deixamos de ser inconscientes e incompetentes, e passamos a ser consciente, mas ainda incompetentes.

Na psicanálise usamos quatro fases do nosso desenvolvimento psíquico e emocional em relação aos fatos que ainda precisamos melhorar. São eles:

– Inconsciente e Incompetente: quando nem sequer percebemos ainda nossos deslizes;

– Consciente e Incompetente: quando olhamos para nós e descobrimos o que precisamos melhorar, mas que ainda não conseguimos fazer;

– Consciente e Competente: quando, com esforço, atenção e dedicação, conseguimos atingir nossas metas de melhorar, para finalmente chegar à próxima fase;

– Inconsciente e Competente: quando conseguimos fazer o que nos propomos como correto e bons ideais, sem nem sequer pensar nas ações, elas se tornam automáticas!

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Continua assim o treinamento para que possamos nos tornar conscientes e competentes,  quando  treinando, treinando, treinando mais ainda, introjetaremos o novo valor.

Então vai,  levanta!

Para algo acontecer temos que trazer o Amor em forma de Atitude, vem!!!

Estou por ti!

Sobre o autor

Valéria Schil

Ana Valéria Vieira Schil, Psicanalista Clínica, Gestora em RH, Gestora em Pessoas, Docente em Cursos de Formação, Conferencista,Terapeuta Holística com formação em: Máster em Reiki; Máster em Reiki Tradicional Japonês Dentho; Reiki-Ryoho; Karuna Cirúrgico; Reflexologia Podal;Auriculoterapia; Florais de Bach; Feng Shui.

Atua com terapia em adultos, casais, grupos, com métodos de acesso ao inconsciente; Hipnose, Regressão, Terapia de vidas passadas;Terapia de Memória Simbólica.

E-mail: valeriaschil@gmail.com