Neste estudo, vamos refletir sobre as nossas dificuldades em aceitar a comunicação com o plano espiritual. Qual a origem desses medos e receios?
Vamos recordar que a maioria de nós somos espíritos oriundos de outras religiões, e trazemos de outras reencarnações uma série de experiências e conceitos irrefletidos que foram sendo condicionados e cristalizados por muito e muito tempo. Conceitos que originaram na culpa e no pecado, sempre presentes em nossas vidas, principalmente se tivermos a audácia de questionar e refletir sobre as proibições seculares contidas no Antigo Testamento, a Bíblia.
Entretanto, a maioria das pessoas ainda diz que é proibido evocar os espíritos, porém, sem saber o porquê. E a resposta seria: porque na realidade não sabem, pois nunca estudaram o Antigo Testamento, as suas passagens, com reflexão. Dizem que é proibido por repetição, de ouvir falar, mas nunca buscaram estudar e compreender com mais profundidade.
Falam da proibição mosaica, sem localizar o evento no tempo e no espaço ocorrido. Moisés foi um legislador. Ele tinha como missão conduzir aquela geração de escravos hebreus por 40 anos em direção à Terra da Promissão.
A maioria das pessoas ainda diz que é proibido evocar os espíritos sem saber o porquê.
Aquele povo, em sua maioria, encontrava-se embrutecido em seus costumes. Ao longo do tempo como escravos e pela convivência com vários povos politeístas, desenvolveram uma série de comportamentos controversos e contrários às leis de Deus, precisando serem novamente reeducados.
A mediunidade sempre existiu, e Moisés foi, além de legislador, um excelente médium. Como médium que era, de inúmeras faculdades, sabia reconhecer que no seu grupo haviam muitos médiuns que estavam utilizando a mediunidade de maneira contrária às leis de Deus.
O povo da época, sem princípios, abusava da mediunidade e a transformava em uma coisa vil, onde adivinhos e charlatões visavam unicamente o ganho material. Para cessar todo aquele comércio com o plano espiritual inferior, Moisés proibiu aquele tipo de evocação.
Para ser obedecido junto ao seu povo, ele utiliza da sua autoridade moral e transforma, o que na realidade era apenas mais uma legislação do homem, em uma legislação divina, ou seja, como mais uma proibição de Deus.
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Vejamos que Moisés não proíbe a mediunidade com o plano espiritual superior e reconhece a sua existência: Números capítulo 11, versículos de 26 até 29.
26 Entretanto, dois homens, chamados Eldade e Medade, tinham ficado no acampamento. Ambos estavam na lista das autoridades, mas não tinham ido para a Tenda. O Espírito também veio sobre eles, e profetizaram no acampamento.
27 Então, certo jovem correu e contou a Moisés: “Eldade e Medade estão profetizando no acampamento”.
28 Josué, filho de Num, que desde jovem era auxiliar de Moisés, interferiu e disse: “Moisés, meu senhor, proíba-os!”
29 Mas Moisés respondeu: “Você está com ciúmes por mim? Quem dera todo o povo do Senhor fosse profeta e que o Senhor pusesse o seu Espírito sobre eles!”
Estudemos sempre as passagens mediúnicas de extrema beleza contidas nas páginas do Antigo e Novo Testamento, com as orientações de Jesus e dos espíritos da codificação que relembram a observação da lei. O Espiritismo vem retirar o véu e nos trazer a consolação, nos dando uma justa razão e um objetivo útil às nossas dores e questionamentos.
“Espíritas, amai-vos, eis o primeiro mandamento; instruí-vos, eis o segundo”.
(O Espírito da Verdade. E.S.E capítulo VI:5)
Bibliografia:
C.I. Cap. XI: 1ª parte: Da Proibição de evocar os mortos.
E.S.E, Capítulo VI:5, Cap.XXI:8 e Cap. XXVI: 7.
A.T: Números capítulo 11,vv 26 a 29.
L.M. Cap. X Da Natureza das comunicações, XXIV Da Identidade dos Espíritos e XXV Das Evocações, Cap. XXVIII Do Charlatanismo e do Embuste.
A Gênese – Anunciação do Consolador.
Os grandes iniciados – Édmard Shuré.
Depois da Morte – Léon Denis.
A Caminho da Luz – Emmanuel e Chico Xavier