uantas vezes não nos encontramos perdidos entre uma escolha e outra, entre fazer ou não fazer algo? Quantas vezes somos pressionados por forças, absolutamente opostas, quando temos que tomar uma decisão? De onde vêm essas forças e o que acontece com a escolha que não fizemos? E se você pudesse conhecer todas as consequências de cada escolha que se apresenta em sua vida, antes de se decidir por ela? E se você pudesse conhecer as consequências e enxergar com clareza as implicações positivas ou negativas do caminho escolhido, não seria maravilhoso?
Pois é caro leitor, infelizmente não podemos prever nada, somos meros alunos diante de um aprendizado forçado, por isso passamos por tantas experiências dolorosas, pois não há um meio mais eficaz para desenvolver o discernimento necessário, para agirmos com segurança, do que através dos próprios erros. Diante dessas bifurcações que são tão comuns em nosso caminho, apenas uma clara consciência das consequências poderiam tornar mais seguras essas decisões.
A física quântica foi atormentada por essa questão, especialmente com as opções que são preteridas, até conseguir formular a teoria dos Universos Paralelos. Segundo a teoria de Hugh Everett, publicada em 1957 no livro Teoria da Mecânica Quântica, a cada escolha feita, diante de um acontecimento qualquer, o universo dividese em dois: um para cada escolha possível. Apenas para exemplificar, em um destes universos eu escolhi sair para me divertir, em outro, fiquei em casa meditando. Para Everett, todas essas escolhas tornam-se reais e acontecem simultaneamente, criando dimensões e realidades paralelas, mesmo que tenhamos consciência apenas da primeira escolha a segunda continua acontecendo simultaneamente.
Esse físico estadunidense desenvolveu uma vigorosa estrutura matemática para revelar que, ao menos de forma teórica, isso é possível, pois nossa realidade é composta de todas essas possibilidades, todas elas podem existir ao mesmo tempo, em universos paralelos, e cada um destes mundos, muito provavelmente, divergindo entre si.
Os conflitos internos, as contradições do inconsciente, todas as inclinações contrárias que se articulam em nosso campo psíquico, via de regra, conspiram contra o nosso equilíbrio, pois as escolhas feitas, muitas vezes, mexem com interesses das forças contrárias que foram desprezadas.
O objetivo de um tratamento psicapométrico é justamente lidar com as estruturas autônomas que se dissociam do nosso ser e que estão criando patologias e desconfortos em universos paralelos. O objetivo é lidar com essas personalidades que seguem influenciando nossas escolhas, tratá-las para que se alinhem dentro de novos propósitos e alcançar uma convergência favorável de energias. Não seria maravilhoso termos mais força para vivermos e estarmos mais convictos do que buscamos?
A cada vez que acessamos esses conteúdos dentro de nossa terapêutica, uma estrutura totalmente independente se manifesta, mostrando todo um caleidoscópio particular. Cada uma destas estruturas trazem um certo grau de autonomia, pois reúnem conceitos, valores e crenças de antigas experiências vividas, muitas vezes, não concordam em nada com as escolhas do indivíduo em trânsito e muito menos com a programação de crenças e conceitos elaborada por ele, desta forma é comum protestarem ao serem ouvidas.
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A plano mental é feito de informações e alimentado por emoções, todo combustível que alimenta essas estruturas é eminentemente emocional, sobrevive pela intensidade de sua carga afetiva, por isso não deve ser tratado como causa de nada, apenas uma instância complexa de informações e energias que não se ajustam em função das diferenças flagrantes entre si. A mente, portanto, é muito mais complexa do que poderíamos supor.