Já notou quantas pessoas que, em determinadas épocas, fizeram parte da sua vida e foram tão importantes, mas hoje já não são mais? Você sequer sabe como ou onde elas estão e talvez nem se importe mais.
Notou que outras pessoas surgiram nesse intervalo de tempo e, com elas, você pôde ter novas experiências e novos aprendizados? Percebeu que a vida continuou sendo uma experiência extremamente enriquecedora e que você continuou a sua jornada naturalmente?
A vida é assim, ela não tira as pessoas de você, mas sim afasta as que você não precisa mais, simples assim. Você pode ser saudosista, insistir em resgatar velhos relacionamentos, mas vai perceber, frustrado, que as pessoas já não são mais as mesmas. Tanto quanto você, elas também mudaram. Muitas vezes, você vai perceber que estão absolutamente diferentes e os reencontros quase sempre se dão dentro de uma atmosfera de delicadeza protocolar que, muitas vezes, beira a falsidade.
Isso acontece porque o entusiasmo de uma relação tende a desaparecer, as pessoas se unem em função de suas demandas internas, despejam mutuamente suas projeções e, à medida que não há nada mais para projetar no outro, as circunstâncias da vida simplesmente conspiram para um afastamento natural. Qualquer resistência às rupturas nesses relacionamentos vai provocar sofrimento. Precisamos aprender a deixar ir, entendendo que nada deve nos ancorar, pois o fluxo da vida é intermitente. Estamos aqui para aprender e, a cada momento, uma nova experiência poderá nos enriquecer.
A vida não tolera esse tipo de apego, não devemos segurar o arado e olhar para trás como nos ensina o Nazareno. O que importa é o presente, temos de nos concentrar no aqui e no agora, realizando aquilo que estamos sendo compelidos a realizar.
Não existem boas lembranças, por mais absurdo que possa parecer. Toda lembrança resulta de samskaras (memórias residuais) e não servem para nada. Se estão vivas dentro da gente, com certeza, estão pesando em nosso inconsciente, conservando a sua frequência vibratória, criando incômodos com suas respectivas cargas afetivas e, enquanto dermos importância a esse material, estaremos presos na Roda de Samsara, tendo que retornar inúmeras vezes à carne para nos purificar.
Sei o tamanho da sua perplexidade ao ler isso, mas pense um pouco e seja racional. Não há outra forma de transcender a realidade corpo-mente que não seja livrando-se de tudo aquilo que dá vida a essa realidade.
A saudade não é um sentimento agradável, portanto, é um sofrimento como qualquer outro. Se você se sentir bem ao se lembrar de algo ou alguém é porque a sua vida, agora, está em um nível inferior e você precisa fazer algo a respeito.
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Não existe nada melhor que o desapego, pois é o maior instrumento disponível no Universo para ser usado no caminho da nossa transcendência.