Estamos tão habituados a pensar alguns aspectos da vida por determinados prismas que, quando questionados a respeito de certos temas, já temos uma opinião previamente formada. Muitas vezes nossas respostas são baseadas em livros, notícias publicadas em jornais e veiculadas por canais de televisão, ou simplesmente foram reproduzidas por nós desde pequenos a partir do momento em que, algum dia, alguém, de alguma forma, seja verbalmente ou através de ações, nos ensinou.
[adA cada dia é possível perceber mais pessoas vivendo de forma quase automatizada, reproduzindo modos de pensar e agir sem parar para avaliar se esse modo lhe é próprio, ou se ainda lhe faz sentido. Digo “ainda”, pois a Psicologia pautada nas abordagens existenciais entende que somos um eterno vir-a-ser, ou seja, nos transformamos e somos transformados o tempo todo, afinal compartilhamos o mundo com outras pessoas e nessa relação afetamos os outros e somos afetados por eles a todo momento.
Este modo de nos relacionar faz com que tenhamos o outro muitas vezes como referência em nossa vida. É a partir disso que pensamos no que queremos ou não para nós e isso implica em uma abertura para novas possibilidades. Então, quando outro modo de fazer – que não o nosso – nos faz mais sentido, acabamos por nos questionar o porquê de não nos darmos conta antes de que poderíamos pensar por outros ângulos ou fazer de uma outra maneira algo que fizemos sempre tão igual.
E é nesse processo de desvelamento, de descobrimento do que nos faz sentido, que passamos a ter nós mesmos como referência e não o outro, como estamos tão habituados. Assim passamos a ser quem somos verdadeiramente, a descobrir qual é o nosso jeito e a viver uma vida muito mais autêntica.
O que encontrará nesse artigo:
Quero dizer com isso que não estamos “prontos” nem ”acabados”. Nos transformamos ao longo de nossas vidas e temos possibilidades de fazer isso a cada momento. Não é que nada no modo como vivemos seja verdadeiro, apenas não estamos fadados a ser o que estamos sendo se não estivermos assim sendo felizes.
O autoconhecimento é muito importante, pois é mais do que a oportunidade de olharmos para nossa própria vida, é uma forma de nos sentir e nos perceber inseridos em uma realidade que nos foi dada e dentro da qual cabe a nós fazer escolhas para que possamos vivê-la de modo autêntico, mantendo o que queremos e que verdadeiramente nos faz bem, transformando o que não faz sentido por não ser genuíno.