Sempre que algo dá errado a maioria das pessoas gosta de reclamar e colocar a culpa nos outros. Todo mundo erra, menos elas. Consequentemente, não encontram nenhum motivo para criticar suas próprias ações e assumir a responsabilidade que têm em mãos. Não, isso está fora de cogitação. Para elas, apenas os outros precisam mudar e, se necessário, à força. Uma vez que consigam isso, elas acreditam que o mundo subitamente se tornará um lugar mais bonito, com menos conflitos e sofrimento.
É claro, elas têm suas próprias razões para pensar dessa forma. Esse mundo desarrumado foi nos presenteando para que cada um de nós seja uma pequena parte dele, sem muito poder para influenciá-lo.
No quesito individual, somos apenas vítimas do mundo e continuaremos assim até que não façamos mais parte dele. A maioria das pessoas pensa dessa forma, mas esse tipo de pensamento tem consequências supernegativas, tanto para nós mesmos quanto para o mundo.
Por que culpar os outros?
Quando nos focamos em culpar os outros, estamos cometendo dois básicos e sérios erros. Primeiramente, na maioria dos casos, não percebemos que somos parte do problema.
Por exemplo, podemos culpar a mídia por manipular a mente das pessoas, mas ao mesmo tempo nos esquecemos de que somos nós quem dá o poder da audiência a ela. Podemos culpar os políticos por mentirem, mas quem é o verdadeiro culpado? Nós, as pessoas que os sustentam com nossos votos. Ou podemos culpar os banqueiros gananciosos por levar as pessoas para uma rede infinita de dívidas, mas, de novo, somos nós que indiretamente permitimos que isso aconteça ao suportar o nosso injusto modelo econômico que, inevitavelmente, resulta em atos enganosos e de exploração.
Cada um de nós é uma parte do mundo e, quer gostemos ou não, somos parte dos problemas.
Segundo, não nos empenhamos para encontrar uma solução. Sim, existem pessoas lá fora que estão perdendo suas vidas e causando todo tipo de problema, mas colocar toda a responsabilidade sobre os ombros delas e acusá-las pelo que estão fazendo de errado não muda nada para a melhoria da nossa sociedade.
Então, ao invés de passivamente culpar os outros, não seria mais sábio se tomássemos a responsabilidade e passássemos a agir para ajudar a criar uma mudança positiva em nossas vidas e no mundo?
Escapando da armadilha da culpa
É fácil culpar os outros e colocar toda a responsabilidade sobre seus ombros. Entretanto, parar de agir dessa forma e começar a assumir a responsabilidade que temos em mãos é uma das coisas mais difíceis, e apenas algumas pessoas estão dispostas a carregar o ônus da responsabilidade.
Esse é exatamente o porquê a maioria das pessoas gosta de jogar a responsabilidade de seus atos para o alto e culpar os outros pelos seus próprios erros: escapar da responsabilidade e não correr o risco de cometer erros e possivelmente ter que lidar com o fracasso.
Então, você vê várias pessoas de boa fé permitindo que outros tenham o poder e controlem suas vidas, como políticos, padres, e “gurus” de todos os tipos. Ou eles colocam o fardo da responsabilidade sobre um salvador: alguém que virá aliviá-los de seu sofrimento. Assim, não terão que agir — outra pessoa fará o trabalho sujo para eles.
Dessa forma, quando qualquer coisa der errado, sempre terão alguém para culpar. Mas o preço que precisam pagar por se livrar de sua própria responsabilidade é mais alto do que imaginam.
Quando nos livramos desse fardo, também nos livramos da nossa liberdade. Ser irresponsável pela nossa vida faz com que nos sintamos vítimas das várias forças que fogem do nosso controle.
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E a única forma de recuperar a nossa liberdade é nos tornando responsáveis. Uma vez que a recuperemos, nos tornaremos mais conscientes de nossas ações e nos veremos como os criadores do nosso destino.
Assim, vamos parar de culpar os outros e nos focaremos no que realmente importa: como mudar.
Escrito por Amanda Magliaro Prieto da equipe Eu Sem Fronteiras