Com tanta tecnologia favorável, contribuindo para uma melhor comunicação e cidadania no mundo, parece até inacreditável que diariamente milhões de toneladas de comida sejam desperdiçadas. Mas sim, isso acontece.
Segundo um relatório das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) publicado em 2014, seria possível acabar com a fome no mundo se não houvesse tanto desperdício de comida.
Quando você vai ao mercado, quantas frutas estão quase estragadas ou não são compradas pelos clientes? E depois aonde elas vão? Acredite, a maioria é dispensada, colocada no lixo.
Visando acabar com o desperdício de comida, principalmente nos supermercados, a França aprovou em maio de 2015 uma lei que proíbe o desperdício de comida nos mercados.
O que isso representa?
Esta lei se concentra em grandes supermercados que possuem mais de 400 metros quadrados. A partir 1º. de julho de 2016 estes supermercados não podem mais desperdiçar comida, e deverão doar estes alimentos para organizações dedicadas à alimentação animal ou à fabricação de adubos.
Quem descumprir a esta lei pode desembolsar cerca de 75 mil euros, mais dois anos de prisão. Os franceses descartam 20 quilos de alimentos por pessoa e isso representa um prejuízo de 12 a 20 bilhões por ano para o País.
Algumas entidades discordam, como a federação francesa, pois acreditam que mercados menores também deveriam adotar tal lei, pois segundo eles, os supermercados representam apenas 5% do desperdício total de alimentos. Entrando em vigor ou não, é uma lei digna de aplausos já que poderá beneficiar inúmeras pessoas, como moradores de rua que passam fome.
E se essa lei fosse mundial?
Muito se questiona sobre o desperdício de comida, pois alguns acreditam que estes não devem ser repassados porque não estão em condições adequadas para ser consumido. Já outros contestam, alegando que muitas pessoas sequer tem condições para comprar e muito menos comer, então qualquer alimento seria bem-vindo.
Se a lei se tornasse mundial, um gigantesco número de pessoas seriam beneficiadas e provavelmente a fome no mundo despencaria. Mas lutar contra políticas públicas, ações e leis do governo não é um passo tão simples assim, como esta vontade de tornar a lei praticada.
Tem-se conhecimento que alguns mercados já praticam tão bela ação e distribuem os alimentos não consumidos pelos clientes para entidades e pessoas carentes. Tais mercados merecem aplausos por essa execução que beneficia tanto as pessoas.
O primeiro passo começa conosco mesmo
Antes de pensar se essa lei fosse ou não universal, é preciso olhar para as nossas próprias ações. Como é a sua relação com a comida? Com a água? É difícil almejar, prosperar por mudanças se elas ainda não acontecem em nossa própria casa.
Conseguir diminuir o desperdício de alimento inicia quando você prepara o seu almoço/jantar ou o que faz com aquela janta que restou? Você já alimentou entidades? Ofereceu um pouco de sua comida a eles?
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A solidariedade começa com a gente e com pequenas ações que promovemos perto de onde moramos. Não podemos dar um passo maior do que aquilo que ainda nos é difícil fazer.
Mãos à obra e os parabéns para França!