Convivendo

Nativos digitais: a nova geração de crianças conectadas

Escrito por Eu Sem Fronteiras

Quantas horas você passa navegando na internet? Juntando este tempo durante a semana, quantas horas a menos você aproveitou a sua vida caminhando em um parque, saindo com os amigos, brincando com seu animal de estimação?

Se achar que é muito, não se assuste, pois você não está sozinho. 

Uma pesquisa americana, de 2010, apontou que mais da metade dos adolescentes entre 13 e 17 anos gastava mais de 30 horas por semana na internet. Isso mesmo. E os números de horas frente a uma tela tem só aumentado.

O fato é que sim, a tecnologia está alterando o nosso modo de pensar e conviver com as pessoas. Quem afirma esta frase impactante é a neurocientista britânica Susan Greenfield, autora do livro The Private Life of the Brain (A Vida Privada do Cérebro).

Os nativos digitais

Para a neurocientista as redes sociais e os videogames estão criando uma geração chamada de “nativos digitais”, que são aquelas pessoas que passam maior parte do seu tempo online. Principalmente as crianças desta geração não conseguem mais olhar nos olhos, ter total atenção e perceber a diferença ou linguagem corporal de alguém.

Isso porque a sua atenção está voltada para a tela. Mas a maior contradição ainda existe nas próprias indústrias e companhias que lucram absurdamente com a tecnologia. Ninguém quer admitir que passar muito tempo na frente de um computador, celular ou tablet é prejudicial tanto para a saúde como para o próprio cérebro.

A internet afeta o cérebro

Susan Greenfield atesta que apenas viver já afeta o cérebro, o mesmo acontece quando estamos em contato direto com a internet. Primeiro ela diz que as redes sociais influenciam na identidade e relacionamentos. Segundo, os videogames tornam as pessoas mais agressivas e dependentes. E terceiro, o impacto dos programas de busca na forma como aprendemos de verdade.

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Somente estas três constatações já são suficientes para perceber o modo como a internet afeta o cérebro. Mas há também controvérsias explicando que alguns videogames podem ter impacto positivo no cérebro, aumentando o seu QI. Por isso, Susan recomenda que mais estudos sejam feitos para compreender melhor essa relação.

Um desafio: oferecer algo melhor que a internet

Será que é possível? Muitos pais gostariam de saber qual é o limite de tempo ideal para as crianças acessarem a internet. Ela acredita que é difícil limitar um horário, pois  nos hábitos atuais fica difícil encontrar uma criança que prefira deixar de jogar um jogo online para fazer uma pausa e brincar sem o uso da tecnologia.

Por isso, o desafio é: oferecer algo mais prazeroso que a internet. Sim, os pais precisam se desafiar, oferecer programas e brincadeiras para que os seus filhos deixem um pouco de lado a tela de um computador e brinquem no parque, por exemplo. E esse é um desafio e tanto porque vai entrar o tempo e dedicação dos próprios pais.

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Um consumo consciente de crianças, adolescentes e jovens está longe de chegar a um contrassenso. O fato é que Susan afirma que daqui uns anos podemos ter pessoas mais frágeis em sua identidade, menos empáticas e inseguras. É hora de repensar.

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