Pessoa dita como louca, vagabunda, que não quer trabalhar. Pessoa que quer apenas aproveitar a vida. Para muitos, somos vistos assim, discriminados, aproveitadores, até. Não é bem assim, digo por mim, que sou uma artista. Ao finalizar os estudos de ensino médio, me deparei com as profissões que poderia seguir: advocacia, medicina, contabilista, mas me encantei com uma não tão bem vista pela sociedade.
Minha família apoiou desde o início, pois era minha vocação. Resolvi, então, ser artista plástica. Na época de vestibular até meus amigos falavam: “Mas o que você vai ser, pintora, cantora…atriz?”. “Não sei”, eu dizia, o que eu queria era fazer arte, aprender a arte e divulgar arte.
Ao entrar na faculdade, vi que o mundo dos artistas é muito difícil para conseguir ter uma carreira, além de ser feliz pessoalmente e financeiramente — vi que seria muito difícil. Não desisti e continuei na faculdade, tive um gasto enorme com materiais, mas cada trabalho finalizado era uma satisfação imensa e um orgulho de todos que me acompanhavam.
Ao longo da faculdade vi que poderia seguir outro rumo juntamente com a minha vocação: a de ensinar o que tanto amo. Aprendi, então, a história da arte, a história da música com tantos rumos e níveis a serem seguidos, aprendi escultura, marchetaria, fundição de metais, teatro. E aprendi também a arte de ensinar que, confesso, já tinha dentro de mim, porém, em algum lugar escondido.
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Sigo hoje ensinando toda essa arte, nunca desisto de aprender a cada dia mais e, sim, sendo um artista na sala de aula. Sei que assim, como artista de tantas vertentes, posso ajudar a educar crianças e adolescentes para enxergar o mundo de outra maneira. Acredito que essa seja a verdadeira função do artista: divulgar arte, fazer arte e conquistar cada dia mais pessoas para que conheçam esse mundo de ditos “loucos”.