É um mito acreditar que caso você impeça uma pessoa de cometer o suicídio, de uma maneira em determinado momento, ela provavelmente encontrará outras formas de fazê-lo.
Muitas vezes, trata-se apenas de um momento de impulsividade diante de uma situação desesperadora com a qual a pessoa não consegue lidar.
O maior fator de risco de todos é a pessoa já ter tentado o suicídio uma primeira vez.
Depois vem as doenças psiquiátricas que muitos de nós não sabemos que temos. Podemos ter um humor ruim e ouvir muitas queixas sobre isso: poderia ser uma distimia, um transtorno de humor? Podemos ser tristonhos, sem energia: poderia ser uma depressão? Alternamos momentos de irritação com momentos de animação: poderia ser um Transtorno Bipolar com uma hipomania? Mas não procuramos ajuda…
Infelizmente, ainda há um preconceito muito grande sobre o quê são as “doenças psiquiátricas”, pois elas podem estar muito mais próximas do que imaginamos.
E tudo bem! Não há nada de diferente entre estar com a mente ou o corpo adoentado, porém não temos dificuldade alguma em buscar ajuda médica para o corpo, mas para a mente… Hmmm, aí é “louco”!
Estamos em 2017 e ainda persiste o estigma contra a Saúde Mental. Já passou da época de revermos esse conceito.
Fatores demográficos, histórico familiar de suicídio ou de autolesões, traumas ou abusos na infância, abalam profundamente a psique humana e, em algum momento futuro, podem ser facilitadores de Ideação Suicida.
Todos que têm alguma doença mental tentarão o suicídio? Não!
Jovens que sofrem bullying e, também, os que praticam, sofrem sérias pressões emocionais. A faixa etária da adolescência é conflituosa, estando associada ao uso abusivo de álcool e substâncias psicoativas e, com a impulsividade da idade, pode levar ao ato do suicídio mediante alguma contrariedade.
É comprovado que o Isolamento Social pode ser fator de risco maior do que os de uma doença cardiovascular importante.
Vamos olhar com mais cuidado todas as pessoas que convivem conosco, ouvindo com atenção alguém que diz: “preferia que Deus a levasse”. Muitas vezes o suicídio é passivo e a pessoa simplesmente deixa de tomar seus medicamentos. Esse quadro acontece muito com os idosos, que têm suas vidas modificadas drasticamente, seja por redução de renda, gasto com remédios ou plano de saúde aumentado, começam a depender dos filhos, são mudados de casa, etc…
Aquele amigo que recebeu um diagnóstico de uma doença grave, crônica, de tratamento doloroso; aquele que está passando por uma separação conjugal e não está conseguindo superar a tristeza; aquele que perdeu alguém e não consegue fazer o luto… São pessoas que merecem a nossa atenção especial.
Nos colocar no lugar da pessoa e observar como os eventos adversos da sua vida são interpretados por ela, e não por nós, pode fazer a diferença entre perceber a gravidade da situação ou banalizá-la.
O que para nós pode ser simples, para outra pessoa pode ser catastrófico. Muitas vezes o discurso: “Isso não é nada! Olha para trás e agradece a vida que tem” ou “Tem gente que sofre mais que você”, não ajuda!
Passar pela vida sem adversidades é praticamente impossível. Então, todos que passam por dificuldades pensarão em suicídio? Claro que não!
Se nós somos responsáveis pela vida do outro? Claro que não!
Se nós somos responsáveis por nossos atos ou por nossa omissão? Claro que sim!
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Penso que a regra simples de fazer ao outro como gostaríamos que fizessem para nós, é sempre muito bem-vinda! É importante ter a consciência de que a última coisa que um amigo nesta situação precisa é de julgamento. Podemos ser bons ouvintes, em condições de sugerir busca por ajuda profissional.
Cão que ladra morde sim!
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