Virgem: de 23/agosto a 22/setembro
Sexto signo do Zodíaco, onde se inicia um novo ciclo na Natureza. As colheitas já foram realizadas, as sementes estão guardadas para a próxima estação de plantio e as folhas começam a cair. Assim, a substância começa seu ciclo de retorno à essência. Em um sentido psicológico, assinala a transição da fase da identificação e da consciência do Eu/Não-Eu para a fase da consciência intuitiva da Unidade Cósmica.
Ao se tornar ciente que seus métodos de pesquisa e conhecimento não resolvem todas as questões científicas e intelectuais, o ser humano começa a despertar para sua própria essência, concluindo que as conquistas no plano material não são, por si só, satisfatórias. É onde aparece um novo tipo de aspiração: compreender o sentido da vida.
Esta evolução espiritual e intelectual direciona o ser humano à potencialidade Universal. A própria Terra já rendeu o máximo para dar vida a todas as plantas e as sementes; a terra agora é improdutiva, mas prenuncia um novo ciclo, onde irá receber as novas sementes. A analogia esterilidade-fecundidade se manifesta com a Virgem humana, que associa pureza à fecundidade. Nas religiões está presente esta analogia, como por exemplo, nos mistérios de Elêusis e de Éfeso.
Na mitologia, a figura mais representativa da Virgem é Deméter (para os romanos, Ceres), deusa da agricultura, das estações do ano e da natureza. A lenda conta que Hades (Plutão, para os romanos), rei do mundo inferior, rapta sua filha, Perséfone, e a leva para o submundo. Sem saber do fato, Deméter percorre a terra, procurando sua filha. Porém, ela se confunde com o eco de seus próprios gritos, não conseguindo encontrá-la.
Deméter perde o contato com a Natureza, parando em meio às rochas de Elêusis. Ali, a vegetação e as plantas secam. Este é o significado principal do mito: a mãe deve saber aceitar a emancipação da filha. Se a Virgem procura desesperadamente manter íntegro o cordão que a liga a sua filha, ela estará traindo a relação com a Natureza, as colheitas, a vida, manifestando a esterilidade negativa, destrutiva.
O mensageiro dos deuses, Hermes (ou Mercúrio, para os romanos) a ajuda, e encontra Perséfone no reino inferior, onde resolve permanecer com seu esposo Hades. Zeus (Júpiter), o rei dos Deuses acaba resolvendo que Perséfone não deve se separar totalmente de sua mãe, nem abandonar seu esposo; assim, Zeus estabelece que Perséfone passe o período do inverno (quando a terra dorme) com Hades e na primavera (durante o período de floração e amadurecimento dos frutos) retorne ao Olimpo, com sua mãe.
Psicologicamente, o signo é complexo, pois traz em si uma grande ambivalência. Nota-se uma grande dificuldade de adaptação às relações com o meio ambiente e com o mundo das experiências. Muitas vezes há uma predisposição para a inquietação, que leva à hesitação e ansiedade.
A inteligência é o traço específico do signo de Virgem, que está voltado para o plano racional, prático e analítico. Os virginianos dirigem seu foco para chegar ao fundo das coisas. Além disso, são extremamente práticos. O temperamento nervoso faz com que a esfera psíquica prevaleça sobre a física, a ponto de provocar, eventualmente, a rejeição do instintivo: Deméter se recusa a aceitar o amor de Perséfone por Hades e retira sua libido da Terra, tornando-a árida.
Você também pode gostar
Na vibração positiva, as pessoas deste signo são confiáveis, meticulosas e trabalhadoras, possuindo grande capacidade analítica. Adoram ter tudo em ordem, sem bagunça ou sujeira. Costumam ser discretos, tímidos, metódicos e amáveis. Porém, se vibrarem no lado negativo, podem se tornar indecisos, pessimistas, perfeccionistas, levando-os a serem extremamente críticos e duros com os demais.
Referências
“Astrologia e Mito” – R. Sicuteri – Editora Pensamento – São Paulo – 1978.
“O Livro de Ouro da Mitologia” – Thomas Bulfinch – Ediouro Publicações Ltda. – Rio de janeiro – 2003.
