O que uma pessoa que não vai pra balada desde 2012 vai fazer num festival de música eletrônica? Essa pessoa, eu, também não tinha uma resposta pronta. Só o “vamos ver” na cabeça. E o coração aberto para viver essa experiência. E uma certa empolgação curiosa.
Quando eu entrei na faculdade e durante os três primeiros anos, ia em festas toda semana. Quinta-feira à noite, balada, e domingo, rave. Não era assim toda semana, mas era meio rotina. O fato é que eu nunca ficava sóbria. Aí, pouco a pouco, a vida foi virando e mudando, e eu entrei de cabeça no yoga, parei de beber, comecei a prezar pelo meu sono e minha saúde muito mais. Parei de querer ficar no meio de muita gente e nem mais de ouvir música eletrônica eu gostava.
Acontece que nesse período festivo da vida eu quis muito, mas muito mesmo ir pro UP. E nunca deu certo. Eu sei que se eu fosse, eu ia exagerar e possivelmente nem ia curtir tanto. Sei lá. Mas não tava pra mim. Agora, nesse momento da vida que aparentemente não tem nada a ver, o universo me mostrou que, sim, agora era a hora de realizar esse desejo, agora tenho mais maturidade para aproveitar o festival. Eu recebi esse presente e fui. Alguma coisa eu tinha que fazer ali.
De tudo o que vivi: aulas de yoga, os maiores círculos de doação de Deeksha que eu já vi, comida vegana muito boa, decoração incrível, praia linda… bom… o que quero contar aqui é que aprendi muito a não julgar.
No Yoga se fala do não julgamento o tempo todo. É quando isso acontece que a mente se equilibra e sai dos pensamentos. Tem tudo a ver com equanimidade. E foi nas pistas de dança, onde tinham todos os tipos de pessoas, fantasiadas ou não, de roupa de praia, patricinhas, hippies, rastas, yoguis, bailarinas, DJs, fotógrafos, crianças, namorados, namoradas, que esse clique aconteceu: todo mundo tão diferente e tão igual. Junto. Dançando. Que lindo!
Cada um dança e sente a música. Não tem um jeito certo. E o que é mais legal: ninguém tá nem aí pra ninguém. No sentido de que cada um tá curtindo na sua e não tá se preocupando em como você tá dançando. E quando eu parei de me importar com os outros, eu fechei os olhos, respirei fundo, e dancei. Sóbria. Não precisei usar nada pra perder a vergonha e soltar o corpo. A música leva. Leva longeee….
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E assim eu aprendi, na prática, que quanto menos eu me preocupo com o outro, mais liberdade eu me dou. Menos eu me julgo (na verdade, esse É o julgamento, o interno) e quanto menos eu me julgo, plim, mágica, sorrisão no rosto e corpo solto.
Que maravilha essa história de diversidade. É muito lindo!
E viva a música =)