Atualmente, a palavra e o estado “felicidade” têm causado muitos questionamentos e às vezes até polêmica, pois ser feliz tem sido o foco principal das pessoas, que diariamente buscam de forma entorpecida esse estado, como um grande objetivo a ser conquistado.
A felicidade é definida pelo dicionário como: qualidade ou estado de feliz, estado de uma consciência plenamente satisfeita, satisfação, contentamento e bem-estar.
E pensando sobre essa descrição, já podemos perceber a vasta quantidade de possibilidades que uma pessoa pode ter para ficar em um estado de consciência plenamente satisfeito, ou seja, não existe uma felicidade, não existe algo ou alguém que nos torna felizes, existe um leque amplo de possíveis situações que nos proporcionam muitos momentos de consciência plena, consequentemente, nos tornando felizes, mas não há apenas um caminho para a felicidade, porque ela não é algo a ser buscado, ela é um estado a ser vivido constantemente e sem necessariamente termos a obrigação de corrermos atrás disso.
A felicidade é algo muito relativo e só alcançável através de nosso próprio desejo e movimento.
Cada um tem uma forma de se proporcionar momentos e experiências que caminham para a felicidade, mas nada unitariamente será o que nos deixará felizes. Porque esse estado é representado por um todo e por atividades constantes que nos tornam uma pessoa plenamente satisfeita.
Porém a busca por essa condição, não deve ser feita tão a ferro e fogo, pois isso pode nos gerar frustração e nos tornar o oposto desse sentido, principalmente quando pegamos uma referência de felicidade que não nos preenche.
Uma vez em uma viagem que fiz, onde me hospedei na casa de uma família de um povoado muito pobre em uma cidade no Peru, refleti muito sobre a felicidade, porque a casa era muito simples, eles não tinham água encanada, a estocando em barris no quintal a céu aberto, a luz era muito fraca e quando chovia (a maioria das vezes), a luz acabava e eles ficavam horas, às vezes dias, sem luz.
Quando a dona da casa vinha nos servir o jantar, da forma mais linda e doce possível, oferecendo o pouco que tinham, mas com muita ternura e, por incrível que pareça, muita abundância, não só de alimentos, mas de amor e carinho, ela nos contava mais ou menos como era o seu dia a dia, e um dia curiosamente perguntei como ela se sentia com essa rotina, e com um sorriso no rosto, ela me disse que era muito feliz.
Ela falou: “Tenho uma casa para morar, os meus filhos podem ir à escola, temos comida, água e tudo o que precisamos para sobrevivermos, como não ficar feliz?”.
E então, aprendi uma enorme lição: a felicidade é relativa, cada um tem a sua forma particular de chegar a esse estado, dentro de suas próprias vivências, experiências e cultura. Essa moça não conhece todo o conforto que morar em uma cidade grande nos proporciona, e com o “pouco”, que ao meu ver era pouco, ela era plena e feliz, e não precisava de mais nada, porque ali ela tinha o mais importante: sua família e o amor entre eles. Amor que os preenchia tanto, ao ponto de eles esboçarem um sorriso verdadeiro e satisfeito em seus rostos.
Temos de parar para pensar o que queremos da vida e saber se o que queremos nos preencherá ou será um falso valor a mais que novamente nos levará a sofrer angústias e ansiedades. Quer dizer, saber o que nos preenche de verdade.
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É bem possível desejarmos uma casa com piscina, um carro recentemente lançado, um armário cheio de roupas luxuosas e outras coisas mais, no entanto, uma vez tendo tudo isso, veremos que tal êxito não muda nada nas nossas angústias e ansiedades, e que essas conquistas apenas camuflaram aquilo que devíamos ter resolvido prioritariamente: o nosso mundo interior, que é quem realmente dita o que precisamos para alcançar a felicidade pessoal, que é o que, na verdade, irá nos satisfazer da forma mais plena e particular.