Então, o que me encanta é reencontrar-me comigo. A cada dia descobrir uma nova eu, uma possibilidade diferente de lidar com o que aparecer naquele momento.
Eu, que não gosto de rotina, de fazer sempre o mesmo, descobri que ser sempre a mesma é o que cansa e que não tem tempo de duração longo. Experimentar quem sou eu e ter consciência disso é o que eu gosto mais. E na rotina do dia a dia, no meu fazer no tapetinho todo o dia a mesma coisa, acabou ficando uma forma de criar o setting (como se fosse setting analítico mesmo), para eu sentir segurança e abertura para ser quem sou. No caso, observar quem sou naquele momento.
Ontem, eu posso ter sido leve e flexível, senti algumas sensações prazerosas pelo corpo, estava concentrada e focada. Hoje, posso ter sentido o corpo mais duro e pesado, talvez me cobrei demais, em alguns momentos vi a mente remoendo o passado e justificando uma falta ou remoendo um erro.
E assim, eu sigo, vendo que não tem um jeito certo ou errado de ser. Existe apenas a consciência do que quer que seja.
Sinto que todos precisamos dedicar algum tempo do dia para criar essa espécie de setting, onde possamos nos entregar para ser, observar e poder nos conectar com a nossa natureza mutável.
Assim, não existirá mais nada que enjoe. Pois o que enjoa é a atitude mental e a força que temos que fazer para corresponder a alguma expectativa que criamos a respeito de nós e sentimos que precisamos correspondê-la.
Meu espaço é sagrado.
Construa.
Você também pode gostar de outros artigos da autora. Acesse: https://www.eusemfronteiras.com.br/autor/juliana-ferraro/