De acordo com filósofos da educação, isso se chama “Zona de Desenvolvimento Proximal”, essa ponte. Eu sinto que isso se chama “Sair da Zona de Conforto”. E por quê? Tem muitos motivos que nos tiram dessa zona. Mas por que querer sair dela?
Quando somos crianças, temos tantas coisas para aprender para poder estar no mundo, para nos comunicar. Por que uma criança aprende a ler? A escrever? Deve ser porque ela vê no mundo que isso é importante. Talvez ela veja seus pais lendo o jornal todos os dias pela manhã, estudando ou assistindo um filme legendado. Elas observam que para viver no mundo, é preciso se comunicar e, portanto, ler e escrever faz parte disso. No fundo, a gente quer mesmo é poder interagir com o mundo. Aí temos a motivação que tira da zona de conforto. E dá-lhe escola, treino, horas de prática e professores esforçados!
A motivação para aprender a ler e a escrever é superforte. Mas e para aprender química? Por isso que eu acho que as aulas de química deveriam acontecer na cozinha. Imagina que legal? Nós nos tornaríamos melhores cozinheiros e profundos conhecedores de química, de interações entre moléculas, temperaturas, texturas, cores e cheiros… A gente entenderia o porquê o gosto das coisas é diferente se é assado, cozido na água, no vapor ou frito… E como essas moléculas que ingerimos fazem mudanças em nossos corpos. Comeríamos melhor também, com mais consciência…
Parece um sonho…
Agora acordei e sei que não é bem assim. Mas sabe onde eu acho essa curiosidade de aprender todos os dias e de mudar? O que me tira constantemente da minha Zona de Conforto? O Yoga!
Eu sempre vou dormir cedo empolgada, pois sei que no dia seguinte, de manhã, vou tentar uma coisa nova, fazer um movimento com mais leveza, aprimorar alguma postura que já domino, tentar de novo e de novo a mesma coisa. E a minha motivação por trás disso tudo, eu examinei bem.
Meu tapetinho é aberto em todas as manhãs porque tenho a mesma motivação de quando aprendi a ler e escrever: interagir com o mundo. Eu descobri que o mundo externo reflete o meu mundo interno. Por isso, eu busco me conhecer cada dia um pouco a mais. Aprender um jeito de me comunicar com os meus medos, bloqueios, competitividade, inveja e cobrança. Aprender a amar de verdade, com todo o coração, tudo o que surge.
Esse aprender comigo mesma se multiplica com as outras pessoas, em forma de tolerância, consciência e perdão. Vontade de ser uma pessoa melhor para ajudar o mundo. Essa vontade é a mais forte de todas e me empurra da cama em todas as manhãs.
Busco as posturas que me desafiam e tiram da zona de conforto, pois quero me sentir mais forte, equilibrada e flexível mentalmente. Mais aberta, mais confiante. Dentro de mim. Desenvolver controle das minhas emoções para não sair reagindo por aí, dando um tempo para deixar a intuição aparecer.
O Yoga é uma das ferramentas mais poderosas que eu já conheci para manter a gente sempre aprendendo, sempre mudando, sempre no fluxo. Somos sempre aprendizes, e aprender dá vontade de viver!
O que você aprendeu ultimamente?
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