Shiva é o Deus Hindu que tem o corpo azul, vários dreads e uma serpente enrolada nele. Também conhecido como Nataraja, na sua representação como Deus dançarino.
Shakti é a sua consorte e uma das representações da Mãe Divina, a Deusa.
Shiva representa a consciência universal. A consciência que permite que tudo flua de maneira espaçosa. Tudo, sem eliminar nada. O que julgamos ser mau e o que julgamos ser bom, para a consciência, não há dualidade.
E é por isso que Shiva abre espaço para ser consciente do princípio criador de tudo o que há, Shakti. O feminino é a criação. Engloba todo o mundo da matéria em todas as suas manifestações.
Escolher uma forma e excluir outras é ignorar o feminino em si próprio, que é a criação de tudo, para sempre fluindo, inesperado.
Quem escolhe o que dessa força feminina deve ser visto ou não é o ego. O ego, em certa forma, quando quer enquadrar o feminino, a natureza, os fenômenos da matéria, acaba ignorando o próprio princípio feminino em si. O que desonra a Deusa, a mãe.
Shiva é a grande consciência que abre espaço e deixa que Shakti seja quem ela é.
Toda a trama dos contos e mitologias, assim como na mitologia grega, é uma representação de nossa psique, de nosso eu.
Todos nós somos pura consciência e temos o poder de Shiva, de observar e de contemplar tudo o que surge. E todos somos Shakti, somos matéria e manifestamos da mesma forma, fluida, sempre mudando, nossa existência.
A União dos dois é o equilíbrio, a união perfeita. Que acontece dentro de nosso ser.
Isso acontece quando adotamos práticas contemplativas, como a yoga e a meditação, na intenção de abrir espaço para o que se manifestar, mantendo esse espaço, honrando o feminino, a força criativa, a Deusa e a própria vida, que somos nós encarnados na matéria.
Só podemos fazer esse exercício de enxergar por meio dos véus da ignorância, que julga, separa, dualiza e exclui, quando temos o véu para ser visto. Por isso que estamos aqui, pois o nosso papel não é nada mais, nada menos, que unir, dentro de nós, Shiva e Shakti, estarmos conscientes e presentes.
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Toda essa história serve para contar mais uma vez a mesma coisa: a única coisa que importa é o momento presente.