Em sua entrevista a David Letterman, o ex-presidente Barack Obama disse que foi feito um teste sobre o uso do Google e os diferentes resultados que emergem. A ideia era digitar a palavra “Egito”.
Quando um “conservador” fazia a busca, apareciam termos como “Irmandade Muçulmana”. Se um “liberal” fizesse a busca, o resultado seria algo como “Tahir Square”, a praça no Egito onde manifestações relacionadas à Primavera Árabe ocorreram.
Se uma pessoa de opinião considerada “moderada” pesquisasse o termo, o resultado seria algo como “resorts de férias”.
“Whatever your biases were, that is what you were being sent”, disse Obama (algo como “Você receberia o resultado de acordo com as suas inclinações” em uma tradução muito, muito livre).
Penso que na vida real (real sendo o antônimo usado para virtual) acontece a mesma coisa. Nossa realidade é manifesta de acordo com as nossas tendências, com onde focamos nossa atenção.
Outro dia, minha cabeleireira me falou sobre o quão perigoso é deixar seu filho com um estranho, porque ela vê na TV, a toda hora, mães que colocam câmeras na casa para descobrir se suas babás estão maltratando as crianças que deveriam cuidar.
Bom, essas notícias não chegam pra mim. As notícias que chegam na minha “busca” são de gente tentando criar um novo tipo de educação que estimule crianças a trazer o seu melhor, e não a passar no vestibular. De mães que buscam partos humanizados; de gente que dedica um domingo pra tirar plásticos das praias pra deixar um lugar legal para as próximas gerações.
Há um Brasil abalado pela crise e que não consegue levantar-se desde 2009. E há um outro Brasil que está até melhor que antes, mais próspero, mais consciente. Há ainda um terceiro Brasil, aquele que começou a achar que dá pra viver de outra maneira, menos escravo do trabalho e com mais qualidade de vida. Duvida? Pode observar por si mesmo: no mesmo condomínio há os que não conseguem dinheiro para passar o mês e os que estão viajando para o exterior.
Eu me lembro de ouvir meu chefe me falar, em 2009, que a crise nos EUA ia abalar o Brasil e ameaçar nossos empregos, e eu dizia: “Pode ir contar essa história pra outra pessoa, porque eu não estou com medo”. Eu nem tinha muito conhecimento de como os nossos pensamentos afetam nossa realidade, mas eu tinha certeza que aquele medo era contraproducente.
Uns vão dizer que eu não fui afetada pela crise porque saí do país. Eu vou dizer que saí do país porque estava focada em como ter uma vida melhor, e não em como “vencer” a crise. Não é uma questão superficial de cultivar “pensamento positivo” — é uma questão de foco.
O “Google da vida” está te considerando um moderado, um conservador ou um liberal?
Há várias pequenas coisas que você pode fazer para mudar isso se não está atraindo coisas que te façam sentir-se bem. Uma delas é parar de assistir o noticiário do medo. Não, não estou dizendo para não saber o que está acontecendo à sua volta, mas para escolher o que é necessário saber; ser um espectador ativo.
Você pode ainda fazer um teste: por uma semana, pare de seguir pessoas com atitudes negativas nas mídias sociais — pessoas que fomentam discórdias, discussões políticas inúteis, opiniões preconceituosas e que estão focando na miséria e dor em vez de soluções para isso. Aliás, isso serve também para os maus “pressagistas” astrológicos de plantão.
Você não precisa criar polêmica: existe um botão no Facebook chamado “unfollow”. Você continuará amigo dessas pessoas, mas os posts delas não aparecerão mais no seu painel ou feed.
A outra coisa é: faça algo pela vida que você quer todos os dias. Uma pequena ação, como guardar R$5,00, fazer um currículo decente e moderno, ligar para aquele professor, beber mais água. Eu e meu marido estamos fazendo isso há um mês e os resultados são impressionantes! Sem contar o bem-estar e a sensação de realização no final do dia.
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Lembre-se: foco. Faça isso por uma semana e depois me conte que resultados a vida trouxe pra você.