Diferentes unidos pela vida
Faz mais ou menos 3 anos que descobrimos que minha mãe estava com Parkinson. Após uma crise depressiva que a afetou intensamente e depois de vários diagnósticos desencontrados (sim, o Parkinson não possui um diagnóstico laboratorial específico) a doença foi diagnosticada.É uma doença complexa, que apresenta vários sintomas sendo que o mais conhecido é a tremedeira. O fato é que o Parkinson acomete os movimentos e toda a musculatura, ou seja, a mobilidade. Músculos perdem a tonicidade.
Porém não estou aqui para falar das características da doença (clique aqui para conhecer mais sobre o Parkinson), mas para falar da capacidade do ser humano em superar suas próprias dificuldades e procurar saídas para seus problemas.
Na busca de tratamentos para minha mãe, fomos encaminhados pelo médico à Associação do Parkinson em São Paulo. Antes de ser um lugar de tratamentos e informação é um lugar de convivência, de vida em grupo, de atividades que fazem do paciente um cidadão, inserido num contexto real e que tem potencialidades enormes, apesar dos limites.
Todas as semanas nos revezamos em família para acompanhar minha mãe nas sessões de fisioterapia e fonoaudiologia específicas para os parkinsonianos. Confesso que no princípio, quando assumimos essa tarefa, acreditei que encontraria um ambiente de pessoas tristes, reclamando da vida, chateados. Mas o que encontro todas as vezes são pessoas bem-humoradas, rindo, conversando, respeitando-se e criando laços de amizades profundos e preocupados uns com os outros.
Una-se a isso uma equipe de atendentes e profissionais capacitados, que estão sempre ajudando, bem-humorados, estimulando os pacientes. Bingo, coral, pintura, artesanato, música, festa junina, tudo é feito para unir essas pessoas e a alegria está sempre presente.
Acompanhar minha mãe nessas sessões faz com que eu desvie um pouco do meu tempo para ela, exige o afastamento de minhas próprias atividades, mas também tem nos trazido momentos de proximidade e intimidade. Momentos em que posso conversar com ela, trocar sentimentos e redescobrir a cada dia o quanto ela é maravilhosa, o quanto está sempre disposta a me ouvir e a me ajudar. Mães, eternas!
Sei que, muitas vezes, ela se cansa de tantos tratamentos e tende a não querer continuar, mas insisto e, ao final, vale a pena! Ela sai das sessões renovada pelos exercícios, mas principalmente pela convivência com os amigos. Rosário, José, Therezinha, Isaura, Sumie, e mais uma lista enorme que resiste, insiste e vive cada dia.
Existem muitas associações para atender a pacientes de diversas doenças e só quem as conhece pode mensurar a importância que elas têm na vida dos pacientes.
Que Deus abençoe a todos aqueles que criam esses trabalhos e que levam isso adiante.
Muito obrigada.
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