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A criança e o movimento: uma perspectiva corporal

Imagem de uma menina alegre pulando com corda de pular.
Aflo Images de アフロ /(Aflo)/ Canva
Escrito por Matheus Pupim

A educação do movimento deve considerar o ser humano de forma integral, unindo corporeidade, consciência corporal e ludicidade. O corpo não é um objeto, mas um agente ativo que interage com o mundo. O ensino deve estimular criatividade, prazer e expressão, promovendo autoconhecimento e transformação.

Neste texto, não trataremos da busca pela perfeição técnica do movimento, seja em termos de performance ou treinamento. Nossa atenção está voltada para o ser humano em sua totalidade, considerando seu pleno desenvolvimento motor, cognitivo e socioafetivo.

Refletir sobre a linguagem do corpo significa explorar todas as possibilidades de movimento por meio da sensibilidade, vivências práticas, consciência corporal e do estímulo ao aspecto lúdico. A partir disso, podemos promover o aprimoramento dos aspectos físicos e psíquicos do corpo e suas interconexões.

A ausência de uma reflexão mais aprofundada sobre os processos educacionais atuais, bem como a falta de paradigmas sólidos nas ciências, especialmente na educação, frequentemente transforma o aluno em um mero espectador, um “corpo-objeto” no processo de ensino-aprendizagem. Essa abordagem ignora a auto-organização, as experiências individuais e as interações do aluno com o ambiente.

O termo “corporeidade” tornou-se comum, mas sua essência é complexa. No dicionário, refere-se à natureza dos corpos ou a um estado corporal. Cientificamente, corporeidade é derivada do corpo, compreendido como o organismo humano em oposição à alma. Em suma, refere-se a tudo que ocupa espaço e se movimenta, posicionando o ser humano como um ser no mundo.

Devemos enxergar o corpo não como uma soma de partes, mas como um sistema integrado, onde cada elemento só faz sentido em relação ao todo. Pesquisas sobre consciência corporal, motricidade humana, e corporeidade vêm crescendo, e a negação do corpo está cada vez mais relegada ao passado.

Essa nova abordagem exige conhecimento para compreender a complexidade humana e o real significado da palavra. O corpo se define por sua existência no mundo, interagindo com ele e com outros corpos. Somos agentes transformadores, vivos, imersos no tempo e espaço, experimentando sensações que nos conectam à nossa própria essência.

É fundamental oferecer aos alunos uma educação que os considere como seres biológicos, fisiológicos, psicológicos, cinésicos e antropológicos. Essa educação deve transformar o conhecimento e promover a integração com o meio social. Precisamos de um novo paradigma educacional que valorize experiências corporais e crie oportunidades para novas descobertas.

Imagem de várias crianças em uma sala de aula fazendo exercícios. Em destaque, uma delas realizando um salto de arco na aula de ginástica com o seu professor.
Aflo Images de アフロ /(Aflo) / Canva

Essa educação deve ressaltar a importância da existência humana no mundo e sua interconexão com ele, enfatizando o movimento corporal como um agente de transformação. Isso envolve reorganizar e ressignificar nossas ações e relações.

Por meio de uma educação que estimule o prazer, o lúdico e a consciência crítica, o aluno é incentivado a expressar suas ideias e sua corporeidade, fortalecendo sua relação bio-psico-energética. O aluno é, essencialmente, movimento, um corpo ativo que se comunica e interage, buscando novas possibilidades e caminhos.

Ao professor, cabe planejar aulas que promovam o movimento consciente, incentivando a criatividade e a recriação de atividades que integrem música, ritmo, prazer, harmonia, intelecto e autodescoberta. Atividades naturais como caminhar, correr, saltar, equilibrar, girar e trepar devem ser combinadas com noções de forma, tamanho, agrupamento e distribuição, favorecendo a criatividade e o aspecto lúdico.

Através da liberdade de movimento e expressão, o indivíduo canaliza suas emoções, explora seu inconsciente e desenvolve habilidades fundamentais e potenciais humanos.

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A consciência corporal e a educação do movimento, por meio da expressão corporal, contribuem para o aprimoramento das capacidades motoras, a relação com o mundo e a formação integral do ser humano. Além disso, promovem conexões interpessoais, autoconhecimento e questionamento filosófico, preparando o aluno para compreender e transformar o mundo.

Essa abordagem educativa forma cidadãos íntegros, confiantes em si, que aprendem com os erros e perseguem seus objetivos. Para alcançar isso, práticas como a Ginástica Natural, inspirada nos movimentos animais, e fundamentos do yoga, que promovem o autoconhecimento e a autorrealização, são altamente recomendadas.

Sobre o autor

Matheus Pupim

Professor Pupim é formado em Educação Física, Acupuntura, Constelação Sistêmica e Coaching.

Já atuou como professor de natação em academias e como personal trainer. Há vinte e seis anos vem atuando na área do bem-estar impactando pessoas com o seu trabalho na cidade de Franca-SP.

Hoje realiza atendimentos presenciais e online, bem como, palestras e cursos que integram atividades físicas, massagem, acupuntura, constelação sistêmica e coaching – além de outros conhecimentos terapêuticos como auriculoterapia, yogaterapia e dietoterapia.

É palestrante e trainer especializado nas áreas do Bem-Estar e do Desenvolvimento Humano.

Atualmente lançou a Comunidade OILUZ de desenvolvimento humano.

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