Esta é uma reflexão sobre a Páscoa, mais relativamente sobre seu simbolismo, desde a sua origem Judaico-Cristã, do que sobre o surgimento dos “Ovos de Páscoa” como sua referência.
“Páscoa é uma importante celebração da Igreja Cristã em homenagem à ressurreição de Jesus Cristo.
De acordo com o calendário Cristão, a Páscoa consiste no encerramento da chamada Semana Santa. As comemorações referentes à Páscoa começam na ‘Sexta-Feira Santa’, onde é celebrada a crucificação de Jesus, terminando no ‘Domingo de Páscoa’, que celebra a sua ressurreição e o primeiro aparecimento aos seus discípulos.
A Páscoa instituída entre os judeus – Pessach – é comemorada pela conquista da liberdade dos hebreus, que viviam como escravos no Egito.” Fonte internet.
Liberdade, eis aí algo que todo ser humano busca interiormente.
Eis também que a Quaresma pode ilustrar muito bem essa busca por liberdade, visto que muitos aproveitam este tempo quaresmal para libertar-se de algum vício, de algum hábito negativo, ou algo que precisa ser melhorado em sua vida.
Acho interessante perceber que todo processo de mudança acaba simbolizando um pouco desse período da Páscoa. E mais interessante ainda, aproveitando para fazer uma observação, é que este período se inicia após o Carnaval. Duas festas com energias e simbolismos completamente diferentes.
No Carnaval, as pessoas se permitem deixar vir à tona suas fantasias, não generalizando, claro, mas na maior parte das comemorações de Carnaval há muita bebedeira, relações sexuais casuais, envolvimentos superficiais originados por uma euforia momentânea, e que muitas vezes trazem consequências dolorosas como acidentes, brigas, gravidez indesejada, ressaca moral, etc.
Não estou dizendo que o Carnaval seja ruim, mas sim que em algumas ocasiões ele acaba sendo vivido de forma desvirtuada.
Terminado o Carnaval, inicia-se a Quaresma, em que o silêncio se faz presente para muitos. Um tempo de reflexão, de avaliar atitudes, de fazer penitência, crucificar maus hábitos e aguardar ansiosamente a chegada da Páscoa, um novo tempo, de literalmente poder voltar a adoçar a vida, novamente, e a partir daí tudo volta ao normal, porém agora levando consigo algo que se transformou dentro de si.
O processo terapêutico poderia ser um bom exemplo a ser comparado com essas duas festividades que acabei de mencionar.
O Carnaval seria o processo em que vem à tona algo na vida da pessoa que ela precisa mudar. É interessante frisar que, na maioria das vezes, as pessoas buscam orientação terapêutica em ocasião de alguma fatalidade como um acidente, doença, falência, perda de um ente querido, término de relacionamento, depressão, etc. Algo que estava escondido por detrás das máscaras do ego vem à superfície para ser visto e harmonizado.
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A Quaresma seria o mergulho que a pessoa faz dentro de si, todo esse processo de transformação, que passa por eliminar os excessos, reforçar o que é importante, firmar novos propósitos, etc.
Por fim, a Páscoa simboliza o renascimento depois de todas essas etapas. A vitória da evolução interior, a alegria e o contentamento de quem retoma o lado doce de viver.
Nenhum “Ovo de Páscoa”, por maior e mais delicioso que seja, pode substituir a oportunidade que uma transformação sincera traz de saborear o verdadeiro doce da vida. E não há melhor presente no mundo do que compartilhar o sabor da vida com as pessoas que amamos.