O mito grego de Teseu e o Labirinto de Dédalo ilustra essa busca. O labirinto era uma estrutura com inúmeros corredores tortuosos que pareciam não ter fim. Dédalo construiu o labirinto para Minos, o rei de Creta, e os atenienses tinham que pagar anualmente um tributo, na forma de sete rapazes e sete donzelas, para alimentar o Minotauro, monstro feroz com corpo de homem e cabeça de touro, que era mantido ali.
Teseu, filho do rei de Atenas, resolve enfrentar o monstro e libertar seu povo, se oferecendo como uma das vítimas. Com a ajuda da filha de Minos, Ariadne, que lhe oferece um novelo de linha para que Teseu não se perdesse no labirinto, o herói consegue assim derrotar o Minotauro e libertar Atenas da tirania de Minos.
O labirinto pode significar a busca pela verdade pessoal de cada ser, por meio dos inúmeros percalços e reviravoltas da vida. A jornada faz a pessoa se dirigir à renovação espiritual, convertendo a confusão e as sombras em luz e compreensão.
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A busca de significado na vida é uma tarefa que surge de maneira abrupta em algum momento da nossa existência. A mera luta pela sobrevivência perde a importância e nos deparamos com a questão da finalidade da vida. Como conseguir compreender esse significado? Tudo que se nos apresenta é bastante confuso: existem diversas teorias, crenças, desinformação… tudo concorre para que nos sintamos mais e mais perdidos e sem direção.
Começamos nossa jornada com uma única certeza: é preciso encontrar uma resposta, que está no centro do labirinto. Cada pessoa tem sua própria jornada, sua verdade. E aqui há uma angústia muito grande, pois não existe uma saída que sirva para todos! Cada pessoa tem que encontrar a sua saída.
Qual seria o “fio de Ariadne”, isto é, o fio condutor para orientar essa busca? Se não houvesse um meio de deslindar essa charada, a existência humana estaria fadada ao completo fracasso. A certeza de que há uma resposta, seja ela qual for, é a luz que ilumina o percurso e o que nos conduz no caminho, sem que nos percamos, é a nossa intuição.
Encontramos o labirinto em diversas culturas ao longo da história. Além do de Creta, atribui-se ao faraó egípcio Amenemhat III (1860 a.C.-1814 a.C.) a construção de um palácio monumental com quase 3 mil salas, ligadas por um complexo sistema de corredores em vários níveis. Daí veio a palavra “labirinto”, dada pelos gregos para descrevê-lo, e esse palácio teria influenciado o arquiteto Dédalo para construir um em Creta.
Na Idade Média, o labirinto simbolizava o caminho que a alma deveria percorrer até Deus. O caminho representava as escolhas morais que o fiel deveria fazer. Um dos mais antigos labirintos encontrados é o da Basílica de São Reparato, construído no ano 324, na Argélia. A partir do século 6, surgiram outros na Europa, como os na Basílica de São Vitale (Itália), em Poitiers, em Amiens e, o mais famoso, o de Chartres, por volta do ano 1200 (todos na França).
Um exercício bastante poderoso é percorrer um labirinto construído no chão, deixando que a intuição traga as descobertas necessárias para seu momento atual. Ao chegar no centro do labirinto, permita-se meditar por alguns minutos, revendo a jornada que o conduziu até ali e procurando se concentrar em si mesmo. Então, após algum tempo, percorra o caminho de volta ao início, trazendo consigo as respostas que pode desvendar. É importante observar que a transformação que ocorre desse exercício é geralmente sentida nesse momento da volta ao início do percurso – ou seja, quando regressamos às atividades cotidianas.
Em momentos de dúvida, percorrer o labirinto pode ajudar a encontrar soluções, uma vez que as respostas muitas vezes se encontram bem no âmago de nossa alma, e a intuição é nosso guia para esse encontro.