Nos encontramos para celebrar, trocar presentes e relembrar de momentos de alegria vivenciados.
Porém nem tudo são flores, nesses encontros, geralmente nos deparamos com grandes atritos com outros parentes.
Seja nos momentos em que a conversa é sobre política ou sobre estilos de vida alternativos, a família é sempre uma oportunidade para desenvolvermos a nossa autoconsciência e inteligência emocional.
A família é a nossa primeira escola
As primeiras pessoas que temos contato em nossas vidas são membros de nossa família. Eles são os nossos primeiros professores que têm o objetivo de apresentar o mundo para nós, os seres recém-chegados na terra.
Nesta educação, recebemos alguns de seus dons e também algumas dificuldades.
Pela nossa necessidade de pertencimento e de identidade, repetiremos os comportamentos aprendidos no âmbito familiar e, quando crescemos, levaremos para outras áreas da vida.
Porém com o passar do tempo, esses aprendizados familiares vão se tornando cada vez mais inconscientes, em outras palavras, perdemos o acesso daqueles comportamentos que estão sendo repetidos por nós.
Fazemos sem saber que fazemos.
Assim, quando voltamos a reencontrar os nossos familiares no final do ano, estaremos reencontrando partes do nosso “eu” que não reconhecemos mais.
Desse reencontro, nascem os conflitos.
Comentários homofóbicos de um avô ou comentários racistas de um tio são exemplos de manifestações no externo que demonstram para nós, buscadores do autoconhecimento, partes nossas que ainda são racistas e homofóbicas.
Afinal, os nossos familiares influenciaram em nossa programação mental por mais de uma década de forma intensiva, você acha mesmo que alguns anos de reprogramação o tornou livre do inconsciente familiar?
– Nossa, mas então, se o meu tio faz comentários racistas na ceia de natal, quer dizer que sou racista?
Quer dizer que uma parte sua ainda não foi reeducada e, portanto, ainda sofre da ilusão da separação manifestada sob a ótica de diferença racial.
Tudo o que se manifesta fora de nós, em um nível profundo, é uma manifestação interna.
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Porém para lidarmos com essa nova realidade de maneira harmônica e leve, precisamos de dois valores fundamentais: autorrespeito e autocompaixão.
Autorrespeito é saber os meus limites de evolução que estou preparado para absorver.
Autocompaixão é olhar para as nossas sombras com amor.
Quando então somos expostos às partes sombrias nossas, por meio da autocompaixão olharemos com amor e a partir do autorrespeito teremos paciência para ressignificarmos aquela parte ainda ignorante.
Então, munidos desses dois valores, nós podemos enfrentar nossa família com a consciência de que os comportamentos que ali nos incomodam são, em essência, manifestações do nosso próprio inconsciente.
Assim, podemos adotar uma postura de gratidão aos nossos familiares por nos mostrarem aspectos sombrios nossos que sozinhos não conseguiríamos ver.
E finalmente voltar para a nossa primeira escola, dessa vez com consciência e escolha própria.