Todos nós procuramos apenas uma coisa em nossas vidas: ser felizes! E essa felicidade é alterada para cada pessoa. Para uns, ser feliz é ter muito poder aquisitivo e poder comprar o que desejar, tal como carrões, mansões, entre outras coisas materiais. Para outros, é ter fama, ser uma pessoa conhecida por todos (o que é representado no alto nível de exposição social).
E desse modo a sociedade pós-moderna do século XXI torna-se cada vez mais líquida, em que tudo depende da aprovação da sociedade e da admiração de outros.
Com isso, sempre é cativante compreender como os povos antigos concebiam a felicidade, em especial os filósofos antigos do mundo grego, tais como Sócrates, Platão e Aristóteles, esses que são os patriarcas da filosofia ocidental.
Sócrates é conhecido como o Pai da Filosofia, é o nome mais famoso das escolas de humanas, e possivelmente todos já ouviram falar dele ou de sua célebre frase: “Só sei que nada sei”. A frase define o conceito de felicidade de Sócrates, quando, ao reconhecer que nada sabe, se coloca à procura de conhecer, pondo-se no caminho do conhecimento para compreender as coisas, compreender algo novo, aprender sobre tudo.
E assim se constrói para Sócrates o caminho da felicidade, pois, somente procurando o conhecimento se encontra a virtude de conhecer. Assim é o homem feliz, o homem que procura o conhecimento da verdade. Sócrates compreende que o homem feliz é o homem que conhece a si mesmo, o homem que possui o autoconhecimento. Mas, para o homem conhecer a si mesmo, deve ter a consciência de nada saber sobre si, para então procurar obter o conhecimento de si mesmo.
Já Platão, o discípulo mais fiel de Sócrates (que nos proporcionou todo o conhecimento sobre Sócrates, pois somente em suas obras é possível observar os ensinamentos socráticos), compreende que a felicidade é a principal busca de todo ser humano; mas, diferentemente de Sócrates, Platão elenca a felicidade como a prática do Bem ético, onde as ações promovem efeitos que proporcionam o Bem.
O Bem para Platão é concebido como o principal objetivo de toda ação humana, por ser o princípio da justiça e da verdade.
Em Platão encontra-se o pensamento de recompensa em praticar o Bem, pois, somente praticando as virtudes da alma (Platão compreende que o homem possui uma dualidade existencial, onde é portador de corpo e alma; o corpo é terreno e proporciona ao homem prazeres terrenos e a alma é imortal, onde está interligada com o Mundo das Ideias – Mundo da Verdade e do Bem), ela poderá retornar à sua casa, isto é, ao Mundo das Ideias, então praticar as virtudes da alma é promover a felicidade humana, enquanto sua alma se aproxima do Bem Eterno.
Em Aristóteles encontra-se o conceito de felicidade mais prático e aplicável ao cotidiano. Para o filósofo a felicidade consiste em aperfeiçoar a prática da Mediocridade, isto é, ter ações que promovam a Ética, que é agir em uma justa medida entre dois extremos, por exemplo: ter coragem é o agir mediano, entre agir de forma temerosa e agir de forma covarde.
Aristóteles ensina que o homem feliz é aquele que promove ações éticas em todas as suas escolhas e que consegue agir da melhor forma possível (tendo em vista a mediania das escolhas) em todas as situações do cotidiano, não cedendo aos vícios, que são os extremos da falta ou do excesso.
Percebemos que as concepções dos filósofos antigos diferem muito das concepções de felicidade do mundo contemporâneo, onde a pessoa feliz é quem pode comprar coisas, ou o que aparece mais vezes na tela da TV, smartphones e computadores dos outros; onde a pessoa feliz é aquela que está com o cartão de crédito na mão, a pessoa que consome e assim se torna parte da globalização.
Você também pode gostar
Para os filósofos antigos a felicidade é algo que não pode ser comprado, pois é autoconhecimento, é agir de acordo como o Bem e a Justiça Eterna, ou agir de forma ética em uma medida, em todas as ações humanas.