Autoconhecimento Comportamento

A felicidade vem de onde?

Silhueta de mulher com braços abertos e sol refletindo
Escrito por Dulcineia Santos

Vamos começar entendendo a palavra “felicidade”? Para o escritor Deepak Chopra, a felicidade tem sempre um motivo externo. O conceito de felicidade tem ligação com outros dois conceitos: o de dor e o de prazer.

Já a alegria (joy) vem de dentro, independentemente do que está acontecendo à sua volta. Chopra chama-a de “leveza do ser”.

Parece meio utópico achar que você pode ser feliz independentemente do seu ambiente, mas já reparou como tem gente que permanece naquele estado inabalável de graça mesmo que o mundo esteja acabando?

Tenho uma amiga que, nos momentos mais desafiadores da minha vida, dizia: “vai ficar tudo bem.” Vindo da boca dela, eu sentia que não era uma frase que estava sendo dita só para terminar a conversa: eu simplesmente lembrava que sim, não importa o que aconteça na nossa vida, na quase total maioria das vezes fica tudo bem.

Você pode chamar isso de fé, de otimismo (particularmente acho que essas duas palavras estão muito ligadas ao sentimento de alegria), ou pode simplesmente pegar um papel e fazer uma tabela de quantas vezes as coisas deram errado de um jeito que você não superou, não ganhou ou aprendeu nada, e quantas vezes ficou tudo bem.

Jesus Cristo falava da “paz que excede todo o pensamento”. Era a isto que ele se referia: um sentimento que ultrapassa qualquer limitação imposta pela mente ou pelos acontecimentos; “a paz do Eu“.

Flor dente-de-leão se desmanchando no vento
Foto por Dawid Zawiła via Unsplash

Na alegria (joy) há uma aceitação do que é, independentemente do que esteja acontecendo, independentemente do que foi o planejado ou o desejado. E eu acho que é dessa aceitação que vem este estado inabalável de paz interior do qual falei acima.

A aceitação não é uma passividade. Aceitação é apenas abraçar o presente, acreditar no fluxo e na sabedoria de que o Universo tem um conhecimento do todo que a gente não tem. Só a partir deste lugar pode-se então ser pro-ativo. A gente aceita, se abre para se conectar com essa inteligência e faz alguma coisa a partir daí.

A aceitação é a não-resistência. Se você pensar bem, na resistência não tem como se sentir feliz. Só de pensar nessa palavra o corpo se contrai. Na contração, não tem como ser feliz. A alegria, a “paz do Eu”, se dá com a expansão, com o fluxo, com o abrir-se para a vida.

Ou seja, a resposta para o título desse artigo é: a alegria, que é uma felicidade maior, vem de dentro. De você.

Mulher de frente com cabelos ao vento
Foto por Kristina Bratko via Unsplash

Dois exercícios práticos

Se você quer começar a trabalhar esse sentimento dentro de si, aqui vão dois exercícios.

1) O primeiro é usado na Terapia Multidimensional como um exercício de autoamor e autoaceitação. Para começar a aceitar o que é, você precisa iniciar por aceitar a si mesmo.

Consiste em dizer para si a seguinte frase: Eu me amo e me aceito como sou.

Simples assim. Você pode dizer em frente ao espelho. Não importa se no começo você não acredita no que está dizendo, mas aquilo vai trabalhar no seu subconsciente e começar a fazer a transformação.

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2) O outro exercício é checar, quando está diante de uma decisão, como o seu corpo está se comportando, o que ele está te mostrando. Quando eu penso nisso, meu peito se expande ou se contrai?

Pronto, isso vai ser um grande guia. Quanto mais escutar, mais perto de encontrar a felicidade dentro de si você estará.

Sobre o autor

Dulcineia Santos

Dulcinéia Santos é consultora de desenvolvimento para a maturidade, praticante certificada da ferramenta MBTI® de tipos psicológicos e coach. É também autora do livro “A Namorada do Dom”, em que conta as lições que aprendeu nos relacionamentos e na sua jornada até a Suíça.

Acredita que a vida é cheia de lições e que se não as aprendemos não passamos pro próximo nível do jogo. Saiu de casa cedo e foi morar no mundo – agora está na Suíça, onde estudou antroposofia por três anos. Gosta de tomar cerveja no boteco enquanto papeia, de aconselhar, da língua portuguesa, de cozinhar, de ficar só e de flexibilidade de horários. É esotérica, mas acha que estamos encarnados para viver as experiências terrenas com o pé no chão – de preferência dançando.

Formações:

Bacharel em línguas aplicadas

Brain Based Coaching Certification
NeuroLeadership Group – Londres

MBTI® – Myers-Briggs Type Indicator – Step I and Step II
Myers-Briggs Foundation – Florida, USA

Antroposofia
Goetheanum – Dornach, Suíça

Terapia Multidimensional
Genebra – Suíça

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