O que move você? O que você faz para que o mundo seja melhor? O que você espera da vida? O que lhe tira o sono? Você está investindo em si mesmo? Quais são as tarefas diárias que mais sugam as suas emergias? Como você lida com os problemas reais? Imaginários? Financeiros? Familiares? Sexuais?
Sempre uma pergunta, uma interrogação, uma dúvida. É sobre isso que trata a filosofia da potencialização humana. Dito de outra forma: em nenhuma atividade humana, deve prevalecer o cansaço, o sofrimento, a dor. Todo labor humano deve ser libertador. Mas qual atividade humana torna o homem livre, já que trabalho literalmente significa tortura?
Em filosofia, costuma-se dizer que tudo o que é feito com amor está destinando ao sucesso, à felicidade e à realização pessoal e profissional. Nada traz mais felicidade para o ser humano do que fazer aquilo que se faz com amor, com carinho, com paciência e com um belo sorriso no rosto.
A arte de fazer o que se gosta está relacionada com as escolhas que fazemos e consequentemente com a nossa formação. Por exemplo, uma pessoa que gosta muito de futebol e não suporta ver sangue, certamente, para essa pessoa, será muito difícil trabalhar na área da saúde, mas será bom na área esportiva.
No entanto, tudo isso vai depender da formação que a pessoa recebe, o que a pessoa quer, o que busca, o que deseja, o que quer alcançar, aonde quer chegar. O ano passado encontrei um aluno que estudou comigo Filosofia Jurídica. Perguntei então como iam os estudos jurídicos, e ele me respondeu: “Professor, larguei a faculdade de Direito. Estou fazendo Gastronomia”.
E depois completou: “Agora sim estou feliz. Me encontrei. É isso que eu quero”. Depois que nos despedimos, eu pensei comigo mesmo: “O céu é o limite para quem busca ser feliz!”.
Somente os infelizes vivem reclamando do mundo, das coisas, da vida. Para eles, nada presta, tudo está ruim, não existe futuro. Ao contrário, nada é impossível para quem busca ser feliz.
E qual é o caminho da felicidade humana? É o que foi escrito no terceiro parágrafo desse texto: fazer o que se gosta com amor. E aqui eu acrescento mais dois conceitos: com arte e com filosofia.
Em primeiro lugar, a arte é a melhor maneira de nos realizarmos como pessoa, como profissional. A arte aqui não é saber dançar, cantar, recitar poemas etc., é saber viver, viver com sabedoria, com prudência, com ética.
O cineasta britânico Peter Greenaway tem uma frase que eu gosto muito. Diz ele: “A arte é a melhor maneira de nos organizarmos em termos de longevidade e profundidade”. Também gosto muito da frase do filósofo Nietzsche: “A arte existe para que a realidade não nos destrua”.
Em segundo lugar, a filosofia da arte ou a arte da filosofia é entender que o ser humano é um ser em construção, que o ser humano é um animal adaptável, que não nasce pronto, que vai se formando e que tudo ao nosso redor só depende da nossa vontade, do nosso desejo, do nosso querer.
A filosofia é que potencializa o ser humano a ser mais, ir além, não se contentar com o status quo. A filosofia potencializa o ser humano a imaginar um outro mundo, uma outra sociedade, um outro universo, mais justo, igual e fraterno. A filosofia potencializa o ser humano a ser dono de si mesmo, livre.
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Mas, atenção! Você só conseguirá essa potencialização filosófica quando estiver seguro de que não existe, no seu coração, preconceito, ódio, rancor; quando você estiver certeza do que quer, do que deseja e quando fizer o que deve ser feito com amor e com arte.
Talvez você esteja aí pensando: “Mas isso é impossível” e eu digo que não. É preciso amar muito o que se faz para se realizar no que se faz; é preciso disciplina e ser fiel a si mesmo para poder ser feliz; por fim, “Tudo é possível àquele que crê”, como diz Marcos (9:23).