Pensar em si mesmo é uma qualidade, aliás não só uma característica positiva, como também de fundamental importância para a nossa sobrevivência. Se bem trabalhado, quando pensamos em nós mesmos também aprendemos a nos amar. Como disse o escritor inglês Oscar Wilde (1854-1900), o primeiro e o último amor é o amor próprio.
Se pensar em si mesmo propicia uma melhor qualidade de vida e ter amor próprio auxilia para uma autoestima elevada, então qual o problema em praticar essa ação incessantemente? Em linhas gerais, não há problema, só tome cuidado para não se tornar um egoísta.
É difícil alguém assumir com todas as letras o próprio egoísmo. Principalmente em níveis elevados, o egoísmo se torna algo tão orgânico no modo de pensar da pessoa que para ela se torna um hábito normal.
Apesar de seu caráter instintivo, seguindo pela percepção animalesca de nosso desenvolvimento, a nossa criação é totalmente dependente de um adulto, papel desempenhado na maior parte das vezes pela figura materna. A mãe ou o responsável pela nossa criação abre mão de diversos benefícios próprios em prol do filho. Isso vale para o reino animal em geral.
Continuando pelo reino animal, quando uma caça é abatida, o caçador muitas vezes impede que outros animais se aproximem. No caso das hienas, elas esperam a leoa comer primeiro e se aproveitam dos restos. A mesma leoa que também deixa de comer para alimentar os filhotes.
Claro que tratam-se de espécies diferentes, então o exemplo não se aplica totalmente, mas serve também para avaliarmos a distinção que fazemos no dia para com nossos amigos e familiares em relação aos demais. Você é adepto do “faça o bem, sem olhar a quem” ou exerce uma generosidade seletiva, baseada apenas naqueles que você tem um apego?
Viver em sociedade é complexo e, principalmente, extremamente contraditório na maior parte das vezes. Dependendo das circunstâncias ou de nosso estado de espírito em um exato momento, quem nunca foi generoso com um estranho ou egoísta com alguém que ama? É o conflito diário entre o “eu” e o “nós”, ou melhor, entre priorizar o subjetivo ou o coletivo. O ideal é que não se abra mão de nenhum dos dois, buscando sempre um equilíbrio.
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Da mesma forma que tivemos pessoas que dedicaram recursos e/ou tempo ao longo de nossa vida, nada mais justo que façamos o mesmo para com o próximo. E isso não quer dizer exclusivamente bens materiais. O simples ato de ouvir uma outra pessoa já é um ato de grande generosidade. Mas ao mesmo tempo, não se condene por dedicar um pouco de tempo para si mesmo, pois você merece!
- Escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.