Autoconhecimento

A gente até se prepara…

nada
Escrito por Eu Sem Fronteiras

Como seres em evolução, queremos nos sentir bem, melhores, mais evoluídos… nos inscrevemos na academia, no pilates, no yoga… nos matriculamos no curso de inglês, de espanhol, de pintura, de culinária, de música clássica… fazemos meditações guiadas, no silêncio, individuais, coletivas… nos enfiamos em retiros, em peregrinações, em workshops vivenciais… passamos a comer alimentos orgânicos, sem lactose, glúten free, geneticamente não modificados…

E tudo isso é o resultado de um ato de vontade que nasce na Alma e é executado através da personalidade, do nosso “eu” no mundo. Um “eu” que quer ser feliz, não quer sofrer, quer viver uma vida plena, linear e ascendente. Mas, apesar de todo o esforço, nada é garantia de NADA! Meditar não é garantia de “ser zen”. Fazer academia não garante “um corpo 100% pronto pra tudo”. Comer bem não significa “nunca ficar doente”…

Meditar não é garantia de “ser zen”. Fazer academia não garante “um corpo 100% pronto pra tudo”. Comer bem não significa “nunca ficar doente

A vida vem… um nascimento esperado ou inesperado (qualquer um deles vira a vida de pernas para o ar)… uma morte repentina… uma demissão… um vazamento no cano do único banheiro da casa… o pedido de divórcio… o diagnóstico de uma doença… o bolo que desanda no dia da festa do sobrinho… a enchente que cobre o carro dando “perda total”… o filho reprovado por faltas na escola… o financiamento que não é aprovado… o erro júnior de um profissional sênior… a vizinha que insiste em não ser gentil… o trabalho que aumenta enquanto o salário está estacionado… a fala desnecessária numa situação em que o silêncio seria a melhor saída… a bronca no filho que gera culpa… a impaciência com os pais… a birra da criança no meio do mercado…

nada

NADA, absolutamente NADA nos garante passar imunes ou ilesos pelos desafios da vida. Nenhuma técnica ou ferramenta tem a capacidade de nos “anestesiar” enquanto estivermos vivos!

Então pra que fazer yoga, tomar floral, meditar, rezar se eu não vou me iluminar como um Buda ou me santificar como um São Francisco? Talvez, como alunos da escola da vida, possamos aprender a colocar o nosso coração e a nossa intenção a cada momento, em cada situação, trazendo a PRESENÇA e a GRATIDÃO por todas as oportunidades de aprendizado que a vida nos traz.

O intenso trabalho pessoal sem presença e sem gratidão será apenas distração para colecionar teorias e técnicas no currículo espiritual. Rejeitar sofrimento, sombras e frustrações gasta muita energia! Com o tempo, percebe-se que não adianta tornar-se espiritual em ambientes assépticos: na igreja, no templo, no centro espírita, no workshop vivencial, no retiro, na roda de mantras… é no dia a dia que a espiritualidade nos convida a nos aproximarmos de nós mesmos, da nossa PRÓPRIA ESSÊNCIA e de como ela se expressa no mundo por meio de um “eu”, que é dinâmico, que aprende, que ensina, que desaprende pra aprender mais…

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Rejeitar sofrimento, sombras e frustrações gasta muita energia

A gente até se prepara, mas não conseguimos controlar os eventos da vida e nem sempre conseguimos controlar como nos sentimos, pois, como seres humanos, somos mais inconscientes do que conscientes. Mas não precisamos desistir! Que cada meditação, oração, aula, vivência, retiro, curso ou prática nos sirva de oportunidade para trazermos a consciência do presente que é a VIDA, em todos os seus momentos, incluindo aqueles que não esperamos – e lembrando sempre que a frustração, enquanto mestra, nos torna mais fortes para vivermos os desafios da nossa humanidade.


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