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A história por trás dos Signos Astrológicos e Mitos: Áries

imagem de um bode em preto e branco - o símbolo do signo de áries.
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Escrito por Tereza Gurgel

Mitos e lendas ajudaram os seres humanos a explicarem os mistérios da vida e esclarecerem sua própria natureza, tentando trazer respostas às mais profundas questões da alma humana.

Essas histórias, ao longo do tempo, traziam tranquilidade para as pessoas, mostrando-as que seus sentimentos angustiantes e questões íntimas eram partilhados também por outros e assim compreendiam que não estavam sozinhas e que seus temores, conflitos e aspirações eram compreensíveis e normais.

Os mitos e lendas tiveram a função de guiar até as profundezas da alma, aproximando do entendimento comum, as emoções e desafios de cada uma das etapas da vida, com as quais todos nós nos deparamos. Dessa maneira, conflitos internos eram amenizados e a vida adquiria um sentido maior e mais profundo.

Os antigos, ligados à Natureza e às estações, logo perceberam que no firmamento podiam encontrar um “calendário ” natural que os ajudassem a marcar o tempo. Logo passaram a projetar no céu os seus próprios atributos psicológicos, estabelecendo a relação entre o microcosmo (o mundo espiritual e psicológico dos seres humanos) com o macrocosmo (o Universo). Assim, os mitos partiram da psique humana e povoaram os céus com figuras, visões e significados.

imagem de constelações em um céu azul.
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Cada constelação (agrupamentos de estrelas na esfera celeste, os quais os antigos astrônomos imaginaram formar figuras de pessoas, animais ou objetos) ficava mais proeminente no céu em uma determinada fase do ano, ajudando a identificar as estações.

Vamos analisar os mitos que estão na base da formação dos signos astrológicos. É interessante observar que as origens dos signos parecem se remeter à uma época longínqua, nascidas talvez no contexto pré-cultural das populações que se dedicavam ao pastoreio e, posteriormente, à agricultura. Devemos notar que as estações se referem ao Hemisfério Norte, uma vez que estes estudos se originam desta parte do globo.

Mais sobre a história de áries por trás dos signos e mitos

Áries – 21 de março a 20 de abril

No dia 21 de março o Sol entra na constelação de Áries. É o início do equinócio da primavera, estação do despertar da Natureza. A força criativa explode e se espalha em todas as direções, desordenadamente. Áries é pleno de energia vital e fecundante. Provavelmente, quando os antigos observavam os seus rebanhos, notavam as qualidades masculinas dos carneiros e associaram o animal com a figura estilizada nos céus.

Na mitologia grega, a simbologia mais apropriada ao significado arquetípico de Áries é a história do Velo de Ouro e a Expedição dos Argonautas.

O jovem Frisso e sua irmã Heles, sofrendo maus-tratos por parte de sua madrasta, pediram ajuda aos deuses, e receberam um carneiro cuja “lã” (também chamada de velo, tosão ou velocino) era feita do ouro, que iria ajudá-los a escaparem. Os irmãos subiram nas costas do carneiro, que logo se elevou nos ares, porém, Heles adormeceu durante a viagem, caindo no mar e morrendo (o local onde ela caiu ficou conhecido como “Helesponto”, hoje chamado Dardanelos, estreito no noroeste da Turquia). Frisso conseguiu alcançar o reino da Cólquida (costa oriental do Mar Negro), onde foi recebido pelo próprio rei do país, Etes. Frisso sacrificou o carneiro em honra a Zeus (o deus mais importante do panteão grego) e ofereceu o velo de ouro a Etes, que foi posto em uma gruta, sob a guarda de um dragão que nunca dormia. Frisso teve que enfrentar outras provas, e acaba morrendo ao cair de um despenhadeiro.

imagem do símbolo do signo de áries.
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Neste mito, vemos símbolos psicológicos que se referem ao significado astrológico de Áries. A subida de Frisso aos céus representa o ímpeto de separação daquela que o gerou, fuga que se dá através da tremenda energia instintiva e psíquica representada pelo carneiro voador. Heles, sua irmã, é o lado feminino de Frisso, expressando a ânsia de encontrar outra proteção ou certezas, mas pela própria inconstância se enfraquece ao longo do caminho, demonstrando que não sabe deixar-se levar ao próprio destino. Frisso salva a si próprio, mas perde parte de sua própria alma, a componente feminina, e por isso seu lado masculino se torna inflacionado, desmedido. Frisso é a energia que se liberta do obstáculo, mas lança o pânico. O ariano parece expressar coragem e audácia, mas nota-se nele a presença do medo e da angústia.

Jasão também é vítima do medo e da angústia. No mito dos Argonautas, Esão, rei da Tessália (região da Grécia), passou o reinado ao seu irmão, Pélias, que deveria governar até que seu filho Jasão completasse a maioridade. Quando Jasão foi reclamar a coroa ao seu tio, Pélias fingiu-se disposto a entregá-la, mas propôs que Jasão fosse antes buscar o Velo de Ouro na Cólquida, dizendo que pertencia à família. Jasão parte em busca do velo no navio Argo, com uma tripulação (conhecida como Argonautas) formada por diversos heróis gregos. Na Cólquida, o rei Etes concorda em dar o velo de ouro a Jasão, mas este teria que vencer algumas provas. Com ajuda da feiticeira Medéia (que se apaixona por Jasão), o velocino de ouro é recuperado e os Argonautas voltam à sua pátria. Jasão mais tarde trai Medéia, que reage violentamente matando a mulher que Jasão amava e, em seguida, os filhos.

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Este mito constitui o rompimento da ordem e do acondicionamento. A coragem, iniciativa e arrojo de Jasão exprimem as qualidades de Áries. Porém, como Frisso, Jasão separe-se de sua alma (Medéia), inflacionando o instinto em detrimento da consciência e do Eu. Os sucessos de Jasão se devem não à sua capacidade consciente, mas à magia de uma mulher. O feminino identifica-se com a Sombra, que domina Jasão, o arquétipo viril de Áries. A união Medéia-Jasão se desfaz através do sacrifício, holocausto e morte. Esse é o aspecto passional do signo de Áries. Se o indivíduo de Áries quiser conservar um equilíbrio total em uma síntese harmoniosa, deve necessariamente passar pelos sacrifícios que a evolução impõe.


Referências

“Astrologia e Mito” – R. Sicuteri – Editora Pensamento – São Paulo – 1978;
“O Livro de Ouro da Mitologia” – T. Bulfinch – Ediouro – São Paulo – 1999.

Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

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