Touro: de 21 de abril a 20 de maio
Segundo signo do Zodíaco, Touro é ligado ao elemento TERRA (assim como Virgem e Capricórnio). Representa a concretização da fertilidade da primavera (iniciada no signo anterior, com o despertar das forças criativas da natureza em Áries).Psicologicamente, Touro refere-se à relação que cada indivíduo tem, na infância, com o ambiente familiar e as figuras protetoras mais próximas. É o momento em que o instinto (o princípio do prazer, usando a linguagem de Freud) cede lugar ao princípio de realidade.
Nestes termos, em Touro se delineia o comportamento afetivo, sexual e emocional, isto é, como os desejos e o prazer serão alcançados pelo sujeito em sua vida adulta. Em uma análise da carta astrológica, mesmo que a pessoa analisada não seja deste signo, deve-se observar em que posição Touro se encontra.
No aspecto negativo, Touro pode adotar uma postura destrutiva ou regressiva. Nos mitos, vemos que este animal ou mata ou deve ser sacrificado. É preciso compreender que esta “morte” se refere à separação, ao fim do vínculo criança – pais (correspondente à fase oral, segundo Freud), ou seja, o despertar da consciência e da busca pelo prazer voltada para o mundo concreto, real.
Touro é o signo das pessoas criativas — solar e brilhante. Sua genialidade brota do sacrifício de sua vida instintiva, em favor do pensamento. Ele exprime o ritmo vegetativo, “ruminante”. Sua inteligência é prática, suas experiências são voltadas para o mundo concreto; disfarça bem suas inquietudes, suas reações aos estímulos são mais lentas.
O touro aparece em todas as culturas da região do mar Mediterrâneo como símbolo do Sol, da fertilidade e do alimento materno; também da sensualidade mais desenfreada e instintiva.
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O mito correspondente ao signo de Touro é encontrado no Egito, e corresponde aos deuses Osíris e Ísis (ambos podiam ser representados com chifres, símbolo de fertilidade). Na Índia, vemos o deus Shiva representado sobre o dorso de um touro; no culto ao deus Mitra são sacrificados os touros em sua homenagem. Na Grécia, temos o episódio de Teseu matando o Minotauro no labirinto de Creta. A partir do século II, o culto de Mitra se torna um dos mais importantes cultos do Império Romano.
Mitra era uma divindade persa, expressando o Absoluto (Deus), representado pelo Sol, símbolo de sua força e poder. Em sua honra, eram abatidos touros sagrados, simbolizando a superação dos instintos obscuros. Como divindade em forma humana, Mitra era o Salvador que se encarrega de aniquilar o mal, sob a forma de um touro monstruoso. Após vencê-lo, Mitra se apresenta diante do próprio Sol, que o coroa e se ajoelha na sua frente. Nesse momento, Mitra se apodera de todas as prerrogativas e poderes do Sol.
No culto mitraico e na morte do touro são psicologicamente sacrificados os instintos obscuros. O touro é o arquétipo da energia instintiva indiferenciada; ele é o guardião do eixo do mundo, por isso, tem um destino transcendente. Mitra pretende realizar a sua natureza, definindo o destino de sua libido, honrando seu nome (que significa “sol” e “amor”). Mas para isso deve vencer exatamente aquele aspecto que mais o mantém afastado do céu: deve sacrificar o que é instintivo, a sexualidade desenfreada que se identifica na natureza animal do touro.
Portanto, existe no touro tanto a polaridade do mal supremo (o instinto animal) como a polaridade do bem supremo (a vitória sobre a tentação, a transcendência).
Mitra abate o touro, recusando em si a libido mais acentuada para atingir os tesouros guardados no Sol. O herói sacrifica parte de si mesmo e se transforma. Assim, a vida adquire um sentido carregado de idealismo. Se não conseguem transcender a fase inicial da infância (fase oral, segundo Freud), adequando seus desejos à realidade, os taurinos podem se tornar prisioneiros de suas próprias paixões, entregando-se à possessividade, à rotina, à cobiça e ao ciúme.
Ao cumprir sua tarefa heroica, o nativo deste signo demonstra suas melhores qualidades: paciência, perseverança, grande força de vontade, praticidade e estabilidade, demonstrando grande afinidade com as artes e música.
Referências
“Astrologia e Mito” – R. Sicuteri – Editora Pensamento – São Paulo – 1978