Todo sofrimento, que assalta a alma humana, foi criado a partir de uma ilusão!
O sentimento de perda, que tem um gosto extremamente amargo, só existe em função da ilusão da posse.
O sentimento de humilhação, que abastece nossos corações de ódio e revolta, só existe em função da ilusão do apego à própria imagem, ou seja, da vaidade e do orgulho.
O sentimento de abandono, que lança suas lâminas afiadas em nossa alma, só acontece em função de uma ilusão de dependência, surge a partir da ideia equivocada de que o outro é responsável por nossa felicidade.
Os sentimentos de fraqueza e impotência consagram-se a partir de ilusões criadas por conceitos limitantes de si mesmo.
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O sentimento de indignação, que nos colocam em trincheiras armados contra ideologias contrárias, só teve êxito em existir em nossas vidas por nos entregarmos à ilusões violentas que reúnem inúmeros vícios mentais como a intransigência, a intolerância, o preconceito e principalmente: a ilusão da superioridade.
São as ilusões que nos conduzem ao abismo. São elas que nos prendem nas trevas exteriores, onde imperam o choro e o ranger dos dentes. O inferno de Dante ou os vales de sofrimento retratados na literatura espírita são instâncias criadas para o esgotamento das impressões criadas pela ilusão humana.
Isso acontece porque o homem, no estágio em que se encontra, não tem muito interesse pela realidade; ele prefere o torpor, a adição, o vício, as sensações grosseiras, assim por diante. Quando o assunto é olhar para si, ele foge. Prefere anestesiar-se de ilusões, idealizar um mundo que se ajuste à sua visão primitiva de felicidade e refugiar-se nele. Só o tempo trará o amadurecimento necessário para que o fruto possa desprender-se da árvore.
Realização, como o próprio nome diz, é encontrar o “real”. O despertar da Consciência, da mesma forma, pressupõe estarmos dormindo. Enquanto vivermos sob o efeito dessa lótus alucinógena, como ficaram entorpecidos os soldados de Ulisses no poema de Homero, não veremos o tempo passar, o progresso acontecer e estaremos apenas adiando o nosso processo de iluminação.
Iluminar-se é acender luzes em si mesmo, nada mais do que isso! A cada luz que se acende, uma nova visão da realidade acontece.
Só esse conhecimento irá libertar-nos do mundo de Maya, só quando colocarmos os pés no chão e aceitarmos a Vida como ela é, as coisas como elas são, as pessoas como querem ser e a experiência proposta pela vida para o nosso desenvolvimento da maneira que se apresentar em nossa realidade, nós conseguiremos subir esse degrau e sair desse vale de lágrimas ilusório provocado pela nossa ignorância.