Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o relacionamento abusivo não se trata somente de relacionamentos afetivos; em relações de amizade e familiares também pode ocorrer o abuso.
Afinal o que é um relacionamento abusivo? Ele pode dar sinais pequenos no início, como amor em excesso, demonstrações de carinho de forma excessiva, de maneira exagerada, e desejo de que a pessoa retribua, e retribua da mesma maneira. Manifestações de carinho de forma exagerada não significam amor de verdade, ainda mais quando se cobra na mesma proporção.
Outro sinal de abuso em relacionamento é o controle e a dependência financeira. Muitas pessoas permanecem em um relacionamento abusivo por não terem condições de ter seu controle e sua independência financeira, por isso têm receio de não terem um suporte ao abandonarem a pessoa abusadora. Geralmente, o abusador usa o dinheiro como forma de segurança e proteção no início. Com isso, sua vítima muita vezes abandona um emprego por confiar nele e, depois disso, torna-se dependente.
A agressão verbal geralmente é um dos primeiros indícios de abuso no relacionamento. A pessoa passa a agredir com palavras, a magoar e a ofender.
Um dos principais sinais desse processo é a manipulação e o arrependimento. Nessas ações, o abusador faz com que a vítima se sinta culpada por algo que muitas vezes não tenha feito e, depois de acusar, demonstra arrependimento, alega que isso não ocorrerá mais. É um círculo vicioso de manipulação.
Portanto é preciso estar atento aos sinais. Alguns comportamentos podem passar despercebidos e, com isso, as ações podem se intensificar.
O processo terapêutico é importante nesse sentido para que se possa fazer uma autoanálise e uma análise da relação. Como Freud dizia, é importante avaliar o ciclo de repetição das ações, repetir, recordar e elaborar. Geralmente o relacionamento abusivo se dá pela ação, que é o insulto, o julgamento, a vitimização do agressor (alegando que fez tudo isso porque a vítima provocou) e, por fim, o arrependimento (quando o agressor diz que nunca mais fará aquilo).
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O processo de recordar é quando há a associação livre, quando a vítima narra o que houve. Às vezes, por mais difícil que seja falar, é preciso e necessário e na elaboração. Entende-se o contexto das ações para que não haja repetição.
Geralmente, as vítimas se sentem culpadas, acreditam que provocaram alguma situação que pudesse desencadear esse tipo de relacionamento. Portanto, o papel da terapia é fazer com que a vítima entenda sob ótica de vítima mesmo o que está passando e, assim, liberte-se desse tipo de relacionamento.