Filosofia

A importância dos paradoxos

Trecho de um dicionário em inglês com destaque para a palavra "Paradoxo"
Foto: Eu Sem Fronteiras/Canva
Escrito por Luis Lemos

Você sabe dizer o que significa um paradoxo? Onde podemos encontrá-lo? Para que serve um paradoxo? Qual a sua importância? Os paradoxos possuem alguma função pedagógica? Contribuem com a ciência? Com a literatura? Com a filosofia? Vamos conversar sobre isso?

Um paradoxo é um conceito amplo. Parte de pensamentos que aparentemente não possuem significados algum, mas que na verdade eles formam os nossos pensamentos. É um raciocínio altamente elaborado.

São exemplos de paradoxos: “Claro como o sol do meio-dia”; “O mapa não é o território”; “O amor é ferida que dói e não se sente”; “Já estou cheio de me sentir vazio”; “Sendo a sua liberdade/Era a sua escravidão”.

Os paradoxos são muito utilizados na poesia e na literatura. Atualmente os paradoxos veem despertando interesse dos jovens pelo estudo da filosofia, especialmente na filosofia da ciência e na filosofia da arte.

Dessa forma, ao longo da história da filosofia muitos foram os filósofos que adotaram o paradoxo como categoria filosófica, no entanto, foram os epicuristas os primeiros a iniciar essa forma de filosofar.

Em primeiro lugar, para efeito de análises, tomemos aqui o paradoxo de Epicuro, que diz: “Seria Deus desejoso de prevenir o mal, mas incapaz? Portanto não é onipotente. Seria ele capaz, mas sem desejo? Então é malévolo. Seria ele tanto capaz quanto desejoso? Então por que há o mal?”

Esculturas esculpidas em mármore de filósofos da Grécia Antiga, vistas de perfil.
Imagem de Martin Fisch no Flickr

Embora sendo este um paradoxo lógico, Epicuro não está provando ou negando à existência de deus, ele está simplesmente dizendo que deus não interfere nos assuntos humanos. Se isto não fosse verdade, o homem não seria livre, seria uma marionete. Ou seja, para Epicuro a liberdade é o fruto mais saboroso da autossuficiência humana.

Analisemos agora, em segundo lugar, o paradoxo de Protágoras que diz: “O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.” Este paradoxo destaca a relatividade e a subjetividade do ser humano, afirmando que a verdade não é absoluta e que as experiências pessoais determinam o que é verdade para cada pessoa.

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Ou seja, o paradoxo de Protágoras afirma que coisa alguma pode ser medida para o homem, ou seja, as leis, as regras, a cultura, tudo deve ser definido pelo conjunto de pessoas, e aquilo que vale em determinado lugar não deve valer, necessariamente, em outro. Portanto, Protágoras ensinava que as coisas são conhecidas de forma particular e de forma pessoal por cada pessoa.

Em terceiro lugar, o paradoxo de Jean Paul Sartre: “A Existência precede a essência.” Neste paradoxo, o filósofo francês está afirmando que o homem nasce despido de tudo, ou seja, que primeiramente ele existe e que só depois ele se define. E neste processo de construção do ser, o homem pode ser o que ele quiser ser.

Pintura do filósofo Jean-Paul Sartre em uma parede.
Imagem de thierry ehrmann no Flickr

Para Sartre não há natureza humana, visto que não há Deus para concebê-la, a única natureza preexistente é a biológica, ou seja; a sobrevivência, o resto se adquire de tal forma que não vem do sujeito e é ensinado a ele pelo mundo exterior, pela natureza, pela existência, pela vida bruta, como ela é.

Assim, os estudos e a importância dos paradoxos, que vêm despertando interesse dos jovens pelo mundo inteiro, elevam a autoestima dos estudantes, transformam teorias em práticas, enfim, mostram o lado humano e lúdico da filosofia. É para isso que servem os paradigmas, para nos aproximar dos outros, para tornar a vida mais bela, alegre, festiva!!!

Sobre o autor

Luis Lemos

Luís Lemos é filósofo, professor, autor, entre outras obras, de “Jesus e Ajuricaba na Terra das Amazonas – Histórias do Universo Amazônico” e “Filhos da Quarentena – A esperança de viver novamente”.

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