No mês da mulher resolvi escrever não apenas sobre as mulheres, mas também sobre a integração entre o aspecto feminino e o masculino; a complementaridade de ambos que se em equilíbrio fortalecem características únicas em cada um. Para esta difícil tarefa utilizarei textos antroposóficos como base de toda a reflexão.
Nos últimos tempos a luta por espaço entre os sexos vem aumentando, porém cada vez mais sem sentido. Isto porque características masculinas e femininas estão presentes em cada indivíduo, independentemente do gênero, aumentando assim esta busca pela individualização.
Em nosso contexto histórico, a crescente evolução das mulheres e sua autoafirmação tornam muitas vezes difícil para os homens situarem-se em relação a elas e à vida. Desta maneira se faz necessário o reencontro de ambas naturezas para que ocorra o reconhecimento e a compreensão da complementaridade entre o homem e a mulher.
Rudolf Steiner já denominava uma época com tais conflitos, que hoje é a que vivemos, de “época da consciência” , onde a busca pelo preenchimento do vazio interior e pelo autoconhecimento é algo gradativo.
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Nesta integração questionamentos se tornam mais vívidos, principalmente em direção a individualização, e os conflitos acerca do equilíbrio Homem/ Mulher vai se distanciando:
- Como ainda posso ser mais eu estando contigo?
- Como ainda podes você ser mais tu por estar comigo?
- E como podemos estar juntos sem que eu tenha que renunciar um pouco de mim a ti e você um pouco de ti a mim?
Como resposta a tais questionamentos e para finalizar e trazer a reflexão deste especial artigo, trago um poema chamado “Homem/ Mulher “ escrito por Vitor Hugo, em um dos maravilhosos livros de Gudrun Burkhard.
O homem e a mulher
O homem é a mais elevada das criaturas; a mulher o mais sublime dos ideais.
Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O trono exalta; o altar santifica.
O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração, o amor. A luz fecunda; o amor ressuscita.
O homem é um gênio; a mulher, um anjo. O gênio é imensurável; o anjo, indefinível.
A aspiração do homem é a suprema glória; a aspiração da mulher, a virtude extrema.
A glória traduz grandeza, a virtude traduz divindade.O homem tem a supremacia; a mulher a preferência. A supremacia representa a força; a preferência representa o direito.
O homem é forte pela razão, a mulher invencível pela lágrima. A razão convence; a lágrima comove.
O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher de todos os martírios. O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é o código; a mulher o evangelho. O código corrige, o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher, um sacrário. Ante o templo nos descobrimos; ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem é um oceano; a mulher, um lago. O oceano tem a pérola que o embeleza; o lago tem a poesia que o deslumbra.
O homem é a águia que voa; a mulher, o rouxinol que canta. Voar é dominar o espaço, cantar é conquistar a alma.
O homem tem um farol: a consciência; a mulher tem uma estrela: a esperança. O farol guia, a esperança salva.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra; a mulher onde começa o céu.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
BURKHARD, Gudrun. Homem Mulher- A integração como caminho de desenvolvimento. Editora Antroposófica. São Paulo, 2011 – 4 revisão.