Considero de antemão a inteligência como algo parcialmente genético e ambiental. O genético se torna primordial, já que ele é o molde necessário para a introdução de mais inteligência. Quando o ser nasce inteligente, a inteligência é um impulsionador natural para o desenvolvimento cognitivo, fazendo com que a pessoa fique ainda com mais capacidades.
A pessoa mais inteligente, ao procriar, vai passar não só o seu gene intelectual, que já tinha desde o seu nascimento, como também vai passar uma parte da inteligência adquirida no seu desenvolvimento até o momento da procriação. O grau em percentual desta inteligência adquirida e passada geneticamente ainda não temos como medir, mas eu acredito que seja pequeno o suficiente para ser necessário milênios para que possamos notar grandes alterações.
Se posicionássemos, por exemplo, 100 gerações de pessoas inteligentes que buscassem mais conhecimento e desenvolvimento cognitivo para ser passado geneticamente, resultariam em pessoas de uma inteligência em padrões bem mais altos do que o natural, sem influências.
O cérebro é dividido em diferentes partes que determinam o tipo de memória, os sentidos, as emoções etc. O tipo de inteligência está relacionado à parte do cérebro mais desenvolvida. Uma inteligência plena poderia ter todas as partes bem desenvolvidas, o que promoveria um grande avanço intelectual se todas as partes trabalham em uma potência de conectividade que definem, por exemplo, por meio de uma cognição desenvolvida, melhores sentidos e suas interpretações com memórias de curto prazo e com interpretações rápidas e assertivas, assim como uma melhor memorização de longo prazo, com capacidade de manipular a emoção para um melhor mecanismo de armazenamento.
Isso mesmo! Estou dizendo que um cérebro desenvolvido pode ter um melhor controle sobre seus sentidos e sentimentos. É como uma ginástica muscular que há quem tenha o incentivo padrão de fazê-lo e como fazê-lo. A ginástica cerebral pode ser trabalhada com a própria inteligência e a consciência de como desenvolver cada necessidade para que seja possível um aprimoramento.
A força de vontade está relacionada à inteligência, assim como a preguiça é o descanso da inteligência de quem não quer pensar. Contudo, a permanência nela é a falta de determinação intelectual e desistência que promove um estacionamento no desenvolvimento da própria inteligência. É a racionalidade de como, quando e onde fazer para melhor se desenvolver. Somos organismos evolutivos, buscamos a evolução para a sobrevivência e isso é como um vício universal, evoluir, está impresso em nosso código genético.
O código genético evolutivo é uma determinação inconsciente de que temos que progredir. O nosso cérebro sente essa necessidade quando determinamos por diversas gerações essa necessidade. Por exemplo: se uma pessoa desenvolve o seu cognitivo durante a sua vida, seu filho vai ter um gene determinado a continuar esse caminho; por mais que ele não siga, pois o ambiente pode interferir nisso, ele sempre terá uma fagulha esperando ser acendida para seguir essa evolução, ele sempre sentirá a sensação de falta. A falta é uma sensação de algo interrompido que deveria ter sido prosseguido. Vou a mais um exemplo: hoje vivemos a sensação da solidão; isso se dá devido ao avanço tecnológico, que nos distanciou da interação social corpo a corpo. Temos em nosso traço genético a necessidade dessa interação; quando ela não ocorre, temos a sensação, mesmo que inconscientemente, de que nos falta algo que está impresso em nossa memória primitiva, então nos sentimos sós, mas às vezes não sabemos o motivo.
Quando interrompemos ou desviamos de algo que está impresso em nosso código genético, temos a sensação da falta. Ela não é consciente; é como se algo não fosse suprido, algo que fosse necessário para completar os vagões do comboio que precisa seguir sobre os trilhos; os trilhos são nossa linha genética evolutiva e os vagões somos nós e nossas nuances de personalidade, entre outras coisas que nos fazem ser humanos.
A inteligência está no cruzamento entre dois espécimes com o gene da inteligência desenvolvido, podendo ser maior em um do que o outro, que moldam o terceiro espécime, resultado do seu cruzamento. Acredito que o gene da inteligência é determinante por meio do fator evolutivo, acompanhando o melhor padrão entre o casal. Por exemplo: uma mulher com um nível de inteligência maior que do homem; eles cruzam, então há duas tendências evolutivas no filho: uma delas é o fator determinante de percentual recebido da mulher e do homem – a ciência ainda não sabe qual percentual o filho leva da inteligência da mulher e do homem –, mas é determinante que o homem ou a mulher passa um percentual maior de inteligência, dependendo do sexo. A segunda é o fator evolutivo, ou seja, vamos dizer que o maior percentual genético da inteligência seja da mulher, e não do homem; mesmo assim, se o homem for inteligente, será aproveitado também esse fator para impulsionar o processo evolutivo.
Seria uma lógica intuitiva, já que somos projetados evolutivamente, portanto, para uma evolução cerebral, como já sabemos que ocorreu na nossa espécie, tanto é que temos os lobos frontais desenvolvidos, mas os primatas não os tem. Essa necessidade de evolução está relacionada à evolução intelectual, então nossos descendentes tendem a ser mais inteligentes que nós, pois buscam o melhor de nós para seguir adiante.
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Mas há um último fator decisivo na inteligência humana: o desenvolvimento do feto. O indivíduo pode ter fatores genéticos para o desenvolvimento de um cérebro inteligente, mas, na formação, de acordo de como ela ocorre, é possível desenvolver um potencial maior ou menor de inteligência. Há muitos casos de pai e mãe com o QI menor do que do filho, por exemplo. Assim como há casos de pais com alto QI e o filho também, um dos pais com alto QI e o filho com baixo QI, mas dificilmente há casos de pais com baixo QI e filhos com alto QI. Ou seja, a evolução do feto pode ser determinante para o QI do indivíduo, de acordo com a forma como ele evolui aproveitando não só o gene da inteligência dos pais, mas também ao ter uma evolução cerebral de acordo, para que o cérebro use toda capacidade para desenvolver um alto QI.