De acordo com o portal do Hospital Israelita Albert Einstein, o câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. O câncer em si é relativamente raro antes dos 35 anos, acima dessa idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
Há vários tipos de câncer de mama. Por isso, a doença pode evoluir de diferentes formas. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem mais lentamente. Esses comportamentos distintos se devem às características próprias de cada tumor. Não se preocupe, existe tratamento para câncer de mama, e o Ministério da Saúde oferece atendimento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Cabe comentar, amiga, que a consulta médica é de extrema importância para sua saúde, procure sempre uma avaliação pessoal com o serviço de saúde. O câncer de mama é perfeitamente curável, desde que esteja no estágio inicial. Ele pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de sucesso satisfatórias.
Tenho quatro dicas para você:
- Conheça a doença.
- Procure se informar o máximo.
- Converse com o médico.
- Siga à risca o tratamento indicado.
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos seguintes sinais e sintomas:
- Nódulo (caroço) fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher.
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.
- Alterações no bico do peito (mamilo).
- Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço.
- Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos.
Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado o risco de se tratar de câncer. É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Entretanto, mulheres com risco elevado de câncer devem conversar com seu médico para avaliação do risco e definição da conduta a ser adotada, a mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama.
Segundo Rafael Kalisks, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, o tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas e as condições da paciente (idade, status menopausal, comorbidades e preferências). O prognóstico do câncer de mama depende da extensão da doença (estadiamento) e das características do tumor. Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial curativo. Quando há evidências de metástase (doença a distância), o tratamento tem por objetivo principal prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida.
As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:
- Tratamento local: cirurgia e radioterapia (além de reconstrução mamária).
- Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.
Em contrapartida, um dos desafios mais duros é a redução das desigualdades entre as regiões e classes sociais. A mortalidade por câncer de mama está ligada principalmente ao acesso a diagnóstico e tratamento adequado no tempo oportuno. O objetivo é diagnosticar o câncer o mais precocemente possível, ainda nos estágios iniciais da doença, quando o tratamento é mais efetivo. Ano a ano, o Brasil vem conseguindo aumentar o percentual de casos diagnosticados nos estágios in situ e I de 17,3% em 2000 para 27,6% em 2015. Mas essa proporção continua muita baixa na região Norte (12,7%), em contraste com as regiões Sul (29,2%) e Sudeste (30,8%).
A desigualdade regional e social também se evidencia no acesso ao exame de mamografia de rastreamento, que deve ser realizado a cada dois anos por todas as mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos. O percentual de mulheres brasileiras nessa faixa que fizeram o exame em 2013, de acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde, foi de 60%, mas de apenas 38,7% na região Norte e 47,9% no Nordeste, bem abaixo das regiões Sul (64,5%) e Sudeste (67,9%) (Inca, 2019).
Hoje, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), estatísticas indicam aumento da sua incidência, tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Existem vários tipos de câncer de mama. Alguns evoluem de forma rápida, outros não. Entretanto, a maioria dos casos tem bom prognóstico. O Inca estimou que entre 2018 e 2019 ocorreu o número preocupante de 59.700 casos novos de câncer de mama em todo o Brasil. Em 2020, o Inca estima o número de 66.280 novos casos, houve também o aumento do número de mortes: 17.763, sendo 17.572 mulheres e 189 homens (2018 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como:
- Praticar atividade física;
- Alimentar-se de forma saudável;
- Manter o peso corporal adequado;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Amamentar;
- Evitar uso de hormônios sintéticos, como anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal.
A luta contra o câncer de mama é delicada e o tratamento é agressivo. Contudo, a cura existe, em média a paciente é considerada curada após cinco anos do término do tratamento. Porém, é triste constatar que a maior parte dos homens abandona sua esposa nesse momento duro de vida. Há pesquisas que indicam que as mulheres têm seis vezes mais chances de serem abandonadas pelo esposo após o diagnóstico positivo da doença. Em entrevista concedida a Alexandre Taleb, o médico hematologista dr. Mixel Tenembaum, diretor do Centro Oncológico de Niterói, disse: “A falta da mama pode gerar vergonha do companheiro na mulher, comprometer a vida íntima e culminar na separação”. Dessa maneira, muitos companheiros adquirem repulsa e preconceito com mulheres sem seios, o pior é quando eles abandonam sua mulher por não sentirem mais atração por ela ou então não conseguem ajudá-las a enfrentar essa situação. É horrível absorver essa realidade, infelizmente é crescente esse fato.
Os relacionamentos afetivos podem e ajudam de forma muito direta, rápida e positiva no desenvolvimento, retenção e cura do câncer, esse processo é doloroso e marcante para o casal. Por isso, é importante a construção de um diálogo direto entre ambos, a conversa é extremamente fundamental… a compaixão, a empatia, o respeito e o companheirismo dedicado à esposa é algo essencial.
Um estudo publicado pela American Heart Journal demonstrou que pacientes casadas ou que têm o apoio familiar tiveram resultados melhores após tratamentos ou cirurgias do que pacientes solteiras ou solitárias.
A perda do seio é algo muito desafiador para a mulher, pois os seios, além de serem parte do corpo feminino, conotam vários sentidos para a vida dela. Os seios podem significar a feminilidade, a fertilidade, a liberdade e o amadurecimento. Por isso, após o diagnóstico positivo do câncer de mama, é importante que a mulher fique cercada de pessoas que se importam com ela e que a reconfortem para a superação dessa situação.
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Em suma, o abandono não é uma opção, é apenas um modo de demonstrar a imaturidade do companheiro em relação às situações densas de um relacionamento. Não há cura científica para o câncer, mas o amor tem a força de transformar vidas. O importante é acreditarmos no potencial de aprendizagem pessoal, na capacidade de evoluir, de integrar sempre novas experiências e dimensões do cotidiano, ao mesmo tempo que compreendemos e aceitamos nossos limites, nosso jeito de ser, nossa história pessoal.