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A mágica de reconhecer o quanto você é pequeno

Escrito por Eu Sem Fronteiras

É importante lembrar que os humanos são um ínfimo ponto de luz no radar do universo. Entretanto, nós fomos feitos com perspectiva, programados para ver e perceber o mundo no nosso próprio contexto, treinados e ensinados a acreditar que estamos sozinhos, um único solitário indivíduo no mundo todo. Esse é um pensamento isolado, deixe o papel de lado, mas pense nisso.

Nós abominamos as pessoas dizendo que elas são muito autocentradas, mas é claro que elas são. Elas são seres humanos. Todos somos autocentrados até percebermos que somos mais do que apenas nós mesmos ou até nos tornarmos psicologicamente uma parte além do que conhecemos — uma família, um time, uma organização, uma crença — ou até termos consciência de ambos através de um pensamento extremamente difícil e simples: aceitar que somos uma mera parte de algo maior.

No momento em que se aceita que há mais sobre a vida do que você vê, reconhecemos a paz como uma velha amiga.

O momento em que você aceita que existe mais sobre a vida do que você vê, é um momento em que você reconhece a paz como uma velha amiga, um tipo de paz que você não vê há semanas ou anos, mas em todo happy hour, em toda cerveja compartilhada que te fazia sentir incrível, relaxado e energizado, como se você não pertencesse a nenhum lugar senão aqui.

A paz é esse tipo de velha amiga. Nós a afastamos algumas vezes como todas as coisas boas, porque a inquietação é algo muito assustador. Nossos cérebros, literalmente, não conseguem decifrar a boa e a má inquietação. Nós nos sentimos assim, ou sentimos que ficaremos inquietos. Por isso, muitos de nós sentam nas arquibancadas durante os eventos escolares, mas tantos de nós aparecem com “outros planos” quando há um evento de confraternização no trabalho.

Tudo pode correr mal. Pode ser desconfortável. É difícil acreditar no outro lado, de que tudo poderia ser maravilhoso e que poderia ser a melhor noite da sua vida.

Nos pressionamos muito para ser o ser humano perfeito a maior parte do tempo. E, se nós operamos seguindo a perspectiva de que o universo existe só para o nosso desfrute, que somos seres individuais, sozinhos, e que isso resume todas as experiências que vivenciamos, então é fácil entender o porquê um evento com outras pessoas poderia acabar mal. Porque e se não nos sentirmos divertidos o suficiente, se não formos charmosos e se não formos agradáveis? Em vez disso, pense que todo ser humano tem seus pensamentos e medos sobre algumas de suas capacidades.

Agora, lembre-se de que todos vocês estão no mesmo time, que todos estão lutando pelos mesmos propósitos. Todos queremos as mesmas coisas: felicidade, aceitação e paz. Agora, pensar nisso aliviou a pressão? Deu uma luz aos seus pensamentos? Isso te faz sentir grande e pequeno ao mesmo tempo?

Quanto mais eu aprendo, mais eu cresço e vejo que a melhor maneira de se livrar de algumas situações é se render a elas, o que quer dizer que a melhor ferramenta para a gestão de conflitos é a aceitação, seguida da curiosidade e do otimismo.

Você está presa no trânsito após o trabalho e o cara mais incrível da sua vida está te esperando no restaurante para um encontro. Você precisa chegar lá o mais rápido possível, e esse tráfego foi a pior coisa que poderia ter acontecido.

Você soca o volante, reclama, amaldiçoa, tuíta sobre o quanto todo mundo ferra com você, e então, depois de tanta raiva e de correr muito, você chega ao restaurante e tudo que consegue falar é sobre o trânsito terrível e sobre os adesivos idiotas do carro da frente.

Logo, o cara mais incrível da sua vida se vê sendo gentil ao te ouvir, mas você sente que está perdendo-o, então você decide ir ao banheiro porque isso é tudo que consegue fazer para não chorar em público.

A melhor ferramenta para a gestão de conflitos é a aceitação.

Ou:

Você está em um trânsito terrível após o trabalho e o cara mais incrível da sua vida está te esperando em um restaurante. Você dá uma ligada rápida para avisar sobre a sua situação, mas enfatiza que vai chegar, e então, você aceita o momento. Você diz em voz alta: “Eu estou no trânsito”. Assim, você coloca sua playlist para tocar, respira fundo e dirige calmamente. Você se rende ao fato de que é isso que está acontecendo nesse exato momento, mas e quanto a todas as coisas que você se sente agradecido? São várias.

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Como é bonito lá fora, não é mesmo? Você abre a janela. Olha um estranho dançando no carro à sua diagonal, vocês fazem contato visual, riem juntos e você dança de volta como um sinal de apoio e encorajamento. Você chega ao restaurante em tempo e aceita que agora você está nele.

Esse é o momento em que você vai viver o presente, assim como todos os outros. É a hora que você reconhece uma importante verdade: você é parte disso, mas não o todo. E então, você se sente agradecida. O cara incrível sorri para você e você sorri de volta.

Isso te faz se sentir grande e pequeno ao mesmo tempo? É esse o ponto!


Escrito por Amanda Prieto da Equipe Eu Sem Fronteiras

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