É incrível como o choque da notícia da morte prematura de uma pessoa pode nos causar sintomas físicos e emocionais. Quanto mais próxima a pessoa, maiores os sintomas do choque que sentimos. Alguns desses sintomas são dor de ouvido, visão turva e principalmente dor de garganta.
O ouvido reclama, pois preferia não ouvir tal notícia. Os olhos ficam turvos, pois começam a enxergar algumas daquelas coisas que preferimos não ver a respeito de nossa própria vida. E a garganta… Essa sim expressa o sentimento real do choque que acabamos de sentir. Uma dor que nos faz lembrar de tudo aquilo que não dissemos, do que dissemos sem pensar, de todas as coisas que deixamos pela metade, coisas que ficaram inacabadas ou que foram acabadas da pior forma possível e que engolimos para não encarar.
As coisas que estão “entaladas” e adormecidas em nossa garganta acordam agitadas nesse momento e temos que encará-las. Aquilo que estamos sempre deixando para depois, as promessas que fazemos a nós mesmos mas que por preguiça deixamos para amanhã, aquela mudança de hábito que sabemos que vai deixar nossa vida mais leve, mas que estamos sempre deixando para a próxima segunda-feira.
Então uma notícia assim vem nos dizer que o amanhã pode não chegar, muito menos a segunda-feira.
Uma notícia dessa nos faz sentir um anseio de correr e realizar tudo em um minuto. Isso vira angústia, pois temos essa vontade de sair correndo, porém, chocados, não conseguimos sair do lugar ou dar um passo sequer.
Então essa dor fica patinando dentro de nós. O que podemos fazer com ela? Depende… Daqui a pouco o tempo vai passar, as homenagens à pessoa que se foi vão acabar, a vida volta ao normal e na maioria das vezes tudo volta a ser como era antes.
O que vamos fazer com tudo isso vai depender de nós, de quanto uma situação dessa pode trazer um ensinamento, que, se praticado, pode nos proporcionar uma vida mais plena e com mais valor, nos fazendo levar em conta que cada minuto da vida é importante, que aquilo que sentimos vontade de falar deve ser dito o quanto antes, para que haja uma fluidez em nossa garganta e para que nada fique paralisado por ali.
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A morte prematura de uma pessoa pode nos ensinar muito sobre valorizar cada minuto da vida, sobre humildade em reconhecer que existe um plano maior agindo em nossa realidade e que as pessoas que estão ao nosso lado não estão ali por acaso.
A morte prematura de uma pessoa pode nos ensinar muito sobre a vida!