A imaginação nos leva longe e quando a criatividade a acompanha nos encontramos no universo da fantasia.
Foi numa dessas viagens que me deparei com o enfrentamento entre animalidade e espiritualidade.
A animalidade trazia em si a fortaleza material, era vigorosa. A espiritualidade, modesta, mostrava-se fisicamente frágil.
Um sábio que por ali estava, com sinais, indicou-me que me afastasse. Distanciei e surpreso enxerguei que ambos ocupavam o mesmo corpo: um corpo humano. A animalidade comandava o físico, a espiritualidade instruía-lhe a mente mostrando o infinito, sem espaço, sem tempo, pleno de felicidade, dizendo-lhe que aquele mundo é dele e que lhe era preciso o autoaperfeiçoamento para merecê-lo. O outra metade dominava-lhe os sentidos conduzindo-o a leviandades afirmando, nos termos dela, que o dito como espiritual era improbidade humana para servir de escape ao que não era compreensível, que não existia, “Morreu acabou!”, afirmava.
A espiritualidade contrapôs mostrando que na Terra ele estava apto para cultivar o bem e o mal, as sementes lhe foram fornecidas, sendo sua decisão qual plantar, lembrando que ele é o canteiro no qual elas germinarão. A oposta falava-lhe sobre frivolidades, tentando-o com oferendas de prazeres vindos pelo desacerto.
Aquele humano não conseguia ver as temerosas armadilhas a sua espera quando se livrasse dos santificados deveres, para consigo e para com os de sua espécie, ao cultivar a semente do bem.
Desprevenido, concentrou sua vontade no terreno das aventuras entregando-se ao desperdício de sentimentos, não atento à intuição do acerto que lhe vinha do espiritual.
Chegou a um ponto que o corpo material ficou tão fraco que quase não se movia. Não lhe fora dito que no materialismo cada objetivo a que nos propomos tem o respectivo preço.
O bandido, para cometer o crime, não faz questão de honrar o nome; a pessoa insensata, para obter prazeres, deixa de ser feliz; o ganancioso, para acumular bens, perde a paz; o bajulador, para obter regalias, corrompe o caráter. Portanto, tudo é pago.
O humano conturbou-se. Aloucado, foi para lá, veio para cá, gritava alucinado, sofria.
Ele viu ao longe um brilho e foi na direção, era o sábio. Travou-se o seguinte diálogo:
—Estou fraco, muito fraco! Você é forte, dê-me um pouco da sua força, preciso me reabilitar.
— Assim como o corpo necessita de alimento, você, espírito, precisa se nutrir pela sabedoria. – Respondeu-lhe o Sábio.
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— Senhor! Estou exausto, aflito, a minha força acabou, dê-me um pouco da sua, suplico! – O humano postou-se cabisbaixo.
— Você recebeu duas sementes, uma boa e outra má. Optou pelo cultivo da má. Entenda que a fortaleza está no que lhe é espiritual, cultive a boa semente que está em você para que se refaça, você é forte e não sabe.
Voltando ao nosso mundo real, essa historieta nos mostra que a nossa força é encoberta quando abdicamos do acerto permitindo que desacertos se instalem em nós. É preciso que vençamos a animalidade para que haja o desabrochar das flores da boa vontade, para que germine a semente do perdão e que verdejem virtudes. Somos espiritualidade providos pela força Divina, não a desperdicemos.