Energia em Equilíbrio Reiki Celta

A sabedoria das árvores

Escrito por Tereza Gurgel

Diversos povos da Antiguidade consideravam as árvores como portais para outra dimensão, elos entre o mundo visível e o não-visível.  É o ser vivo que une a terra e o céu, indicando o caminho dos deuses

A árvore podia ser considerada como o eixo do mundo – axis mundi – pois em torno dela a vida da comunidade encontrava sua identidade sagrada. Exprimia ainda o ideal de juventude, a imortalidade, a sabedoria.

A oliveira era considerada sagrada na Grécia, carregando em si atributos como sabedoria, paz, fecundidade, beleza e dignidade. Na mitologia nórdica, a  enorme árvore Yggdrasil estava posicionada bem no centro do universo, suportando-o; o deus Odin ficou pendurado nela durante nove dias e nove noites, para desvendar o segredo das runas (símbolos mágicos que, como o ogham, podiam ser usados como escrita ou oráculo).

Nos antigos mitos celtas sobre a criação do mundo, as árvores são os ancestrais da Humanidade, seres de infinita sabedoria que outorgaram o alfabeto, o calendário e o acesso ao mundo dos Deuses. Delas provinham o alimento, os instrumentos de trabalho e armas, o abrigo e o combustível para cozinhar e se aquecer. Cada árvore também tinha propriedades mágicas específicas. Encontramos estes mitos em outras culturas, como as dos povos germânicos.

A árvore mais sagrada para os Druidas era o Carvalho (em gaélico, “duir”, que deu origem ao nome em inglês “door”, ou seja, “porta”).

As raízes do carvalho eram o portal sagrado para o “Outro Mundo”, o reino das Fadas. O carvalho representava o centro do mundo. Esta árvore era considerada tão importante que a palavra “druida” (“conhecedor do carvalho”) é formada pelas palavras “carvalho” e “sábio” – afinal, o Druida obteve a sabedoria mágica através das árvores e era o seu guardião.

Segundo a mitologia celta, o Ogham (criado pelo deus celta da eloquência e do aprendizado, Ogma) é um alfabeto de uso ritual e oracular. Os druidas utilizavam tabuinhas entalhadas como oráculo divinatório.

O Ogham era também usado em inscrições e entalhes na madeira, entre os séculos I e III d.C. como notações correspondentes ao alfabeto latino.

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Existem diversas inscrições que resistiram até hoje, gravadas em pedras. A ordem das letras é um mistério, pois não corresponde ao alfabeto romano nem ao alfabeto rúnico. Aparentemente, a ordem parece ter uma base fonética. O sentido da escrita pode ser vertical ou horizontal; a leitura pode ser no sentido da direita para a esquerda ou o contrário, quando na horizontal; na vertical, lê-se a inscrição apenas de baixo para cima.

Inscrição: “sacerdote Ronann filho de Comogann”

Alguns estudiosos acreditam que o Ogham é bem mais antigo, de acordo com inscrições encontradas na Espanha e em Portugal, datadas de 500 a.C. Como sempre, há muita controvérsia sobre o tema.

De acordo com o simbolismo atribuído a cada letra-árvore, pode-se estabelecer um contato com o Divino. Vistas como criaturas sagradas, os celtas acreditavam que as árvores possuem espírito e vasta sabedoria, as quais estão sempre dispostas a compartilhar conosco – desde que sejamos sensíveis o bastante para ouvir e compreender sua mensagem.

Tabela Ogham Tradicional
Tabela Ogham Tradicional

As espécies de árvores eram escolhidas pelas qualidades que aparentavam possuir. Eram classificadas em três grupos, de acordo com sua importância – não com seu real tamanho – para os Druidas: comandantes (ou chefes), aldeões e arbustos.


Referências

“The Ogham Stone” 

“Every Ogham Thing On The Web” 

“Ogham”

Sobre o autor

Tereza Gurgel

Formada em Psicologia (F.F.C.L. São Marcos - SP). Filiada à ABRATH (Associação Brasileira dos Terapeutas Holísticos) sob o número CRTH-BR 0271. Atua na área Holística com Reiki, Terapia de Regressão e Florais de Bach. Mestrado em Reiki Essencial Metafísico e Bioenergético Usui Reiki Ryoho, Shiki, Tibetano e Celtic Reiki. Ministra cursos de Reiki e atende em São Paulo (SP).

E-mail: zenrunic7@gmail.com
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