O sofrimento por amor não é uma temática atual, muito pelo contrário. Desde a Idade Antiga, os casais abandonaram tudo para viver romances arriscados. Lutas, mortes e vidas colocadas em jogo por pessoas que lutaram para superar grandes obstáculos pelo(a) amado(a).
O tempo passou e o amor ainda existe. Existe? Sim, mas a sua manifestação ocorre de maneiras variadas de acordo com a época e a sociedade que manifesta esse sentimento mobilizador.
Quem não conhece um casal que se conheceu pela internet, seja numa sala de bate-papo, no Facebook, no Tinder ou em alguma outra rede social? Engana-se quem pensa que as relações são apenas pontuais.
Para muitos, a internet é uma maneira de encontrar pessoas que têm gostos semelhantes, porém sem a limitação das grandes distâncias.
Tecnicamente, a internet só aumentou a chance de você encontrar uma alma-gêmea apaixonada por videogame do outro lado do planeta, sendo que antes havia uma restrição para aqueles que moram nas proximidades.
Relacionamentos a distância eram exceções no passado, enquanto hoje são cada vez mais frequentes.
Interpretar a manifestação do amor sob essa ótica positiva é perfeitamente possível. A questão é que também possui uma faceta não tão favorável, que é a “coisificação” dos seres humanos e as relações “tapa-buracos”.
Vale destacar que quando há consenso entre duas pessoas que sabem exatamente o que esperam do parceiro(a) não há absolutamente nenhum problema.
Os obstáculos começam a aparecer quando visões diferentes deixam de se complementar e aprender mutuamente, passando a se cobrar excessivamente e viver de maneira infeliz.
É muito difícil saber a hora de desistir ou de continuar tentando. O problema é que quando a tecnologia propicia uma maior facilidade para conhecer outras pessoas, desistir fica muito mais fácil. Como diz o cantor Tom Zé numa música sobre a cidade de São Paulo, eis que se forma uma “aglomerada solidão”, ou seja, podemos ter um(a) parceiro(a) por dia, baseando-se em relações rotativas que não criam raízes e não saciam a necessidade de não estar sozinho(a).
Com tecnologia ou não, o amor mais fiel é o amor-próprio.
No final das contas, a internet pode ser usada de variadas maneiras, inclusive para o amor. Relações obsessivas e histórias maravilhosas ficaram mais fáceis de acontecer. A tecnologia não criou absolutamente nada no que diz respeito às relações afetivas, apenas facilitou a criação dos caminhos a serem trilhados, seja para a felicidade, seja para o sofrimento.
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Escrito por Diego Rennan da equipe Eu Sem Fronteiras