Há pelo menos uns dez anos que eu me lembro, fazer terapia era algo estigmatizado, as pessoas diziam (e até hoje algumas ainda dizem) que terapia é coisa de louco. Para a sociedade, ser louco é ruim, é disfuncional e essa pessoa não pode se misturar com as demais.
Hoje, fazer terapia se tornou uma carta (diagnóstico) para atestar: não estou bem, mas estou sendo acompanhada e isso quer dizer que posso interagir socialmente e me misturar com as pessoas, ou que tenho uma patologia (TDHA), faço terapia e por isso ajo de determinada forma.
Há uma romantização em acreditar que quem faz terapia não tem problemas, ou sabe lidar melhor com seus conflitos. Fazer terapia não é ter um passe livre para ser uma pessoa emocionalmente equilibrada e/ou ser forte a todo momento.
Fazer terapia não quer dizer que a pessoa de fato esteja aderindo ao processo, ela pode inclusive mentir na terapia e fora dela, o que faz com que não haja progresso neste processo.
É importante entendermos, dentro deste questionamento, o que se espera como resposta e se de fato precisamos ter essa resposta. Uma pessoa que faz terapia nem sempre apresentará isso na fala, mas nas atitudes. O quão é relevante saber disso? Isso é mais importante do que saber outros aspectos desta pessoa?
São reflexões importantes a serem feitas, antes mesmo de fazer esta pergunta.
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Terapia não é algo comercial, é um processo profundo e muito cuidadoso. É preciso se atentar às formas como as coisas são banalizadas em nossa sociedade e como acabamos reproduzindo isso de forma inconsciente.
Portanto, dizer que a terapia está em dia, tem muitas camadas. O que você quer saber com essa pergunta? Que tal começar a pensar nisso?