Anossa existência é pautada desde o momento de nosso nascimento por uma série de escolhas que, além de determinar para onde seguiremos, também servirá para moldar o nosso caráter ao longo da vida. Somos responsáveis pelos caminhos que trilhamos e, consequentemente, respondemos pelas nossas ações boas e ruins. Todos os nossos atos estão interligados, e assim as pessoas se afetam mutualmente, portanto, agimos para construir ou destruir o nosso mundo.
É muito mais claro e fácil de perceber como nossas ações afetam a vida do próximo. Quantas histórias de superação não tiveram início com uma mãozinha estendida por uma outra pessoa? Para quem é fã de literatura, a premissa principal da obra ‘Os Miseráveis’ traz justamente a ideia de que um ser humano pode se tornar alguém melhor graças à ação de outro. Porém, essa facilidade em enxergar isso é praticamente oposta quando se refere a nós para conosco mesmos.
Quem nunca ouviu falar na história de um pai de família que se sacrificou uma vida inteira para sustentar a esposa e os filhos, que morreu lutando honestamente para conseguir o sustento dos seus dependentes e levou uma existência sofrida, enquanto outros, de maneira desonesta e corrupta, venceram na vida aos olhos da sociedade? Fato é que essa aparente injustiça é tão complexa de ser explicada — se é que há a possibilidade de uma explicação racional — que muitas vezes a religião se apropria desse assunto para tentar abordar os porquês das coisas serem como são.
Alguns religiosos e teólogos afirmam que as ações boas serão recompensadas na vida após a morte, numa espécie de paraíso eterno. Outras teologias defendem a reencarnação, ou seja, os bens e os males cometidos serão recompensados e/ou punidos em outras existências e assim por diante. Se algumas dessas crenças estão certas, é muito difícil provar, mas, quanto mais nos aprofundarmos, a tendência é achar mais perguntas do que respostas.
Talvez a melhor maneira de ser recompensado é compreender o que é exatamente a recompensa que buscamos. Se temos objetivos voltados à materialidade, à ganância e a outras superficialidades, os nossos atos serão de caráter muito mais voltado ao status do que à moralidade. Tudo o que é feito de matéria tem prazo de validade. Se existe vida após a morte ou não, o fato é que a nossa existência é o equivalente a um grão de areia em um deserto se comparada ao que acontece depois da morte.
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Muitas vezes nos focamos mais no que não temos do que no que possuímos. Impacta mais não ter um carro do que a percepção de ter condições de um prato de comida no almoço diariamente. O mundo é um lugar ruim porque a maioria das pessoas prioriza os objetivos individuais, em vez do bem estar coletivo. As coisas são como são simplesmente porque nós somos como somos. Tudo o que fazemos pode não nos afetar diretamente, mas impacta a todos, afinal somos responsáveis tanto pelo que fazemos quanto por aquilo que não fazemos.
Escrito por Diego Rennan da Equipe Eu Sem Fronteiras.