No nosso dia a dia há inúmeras situações nas quais nos vemos diante do auto questionamento ‘aceitar ou romper’, por vezes decisões tão difíceis, porém por vezes não são nem mesmo posições antagônicas, onde aceitar e romper têm o mesmo significado ou finalidade, assim como caos e ordem.
Nas técnicas de reprogramação mental, atualmente bem difundidas graças à internet, há uma mescla de entendimentos do que se deve romper para dar espaço para um novo padrão de comportamento e o que se deve aceitar para que o padrão de comportamento tido como positivo se fixe na mente e reflita no comportamento de forma construtiva e próspera.
Um ícone do assunto é Helio Couto, espiritualista e professor que descreve seu trabalho como totalmente e especificamente espiritual, que informa que todas as informações são canalizadas e as técnicas apresentadas são de origem extraterrestre. Ele deixa claro que seu trabalho não substitui o trabalho de médicos, dentistas, oftalmologistas, psicólogos, psicanalistas e psiquiatra, o objetivo é a felicidade pessoal.
Para que o indivíduo entenda essa felicidade pessoal, Couto, no seu vasto material, repete “comandos” para quebrar paradigmas e aceitar tarefas rotineiras como afazeres agradáveis, por exemplo, ganhar dinheiro e ser próspero é algo bom e todos tem acesso, prosperidade não é só financeira, mas sim também aceitar que lavar a louça, cozinhar, ou fazer um bolo, são atividades alegres, alegria é prosperidade, prosperidade atrai prosperidade em todas as áreas da vida.
Em contato com a assessoria de Couto, foi orientado que não se recomenda os áudios ou vídeos do YouTube, pois os áudios e vídeos oficiais estão apenas na Ead cujo o sítio de internet oficial é www.cursosheliocouto.com.br já que qualquer assunto fora do contexto pode ser mal interpretado.
O próprio Helio Couto respondeu ao contato sobre o tema deste artigo e recomendou o livro Soltar, Individuação e Iluminação: Soltar é o maior poder que existe, cuja a sinopse obtida pela Amazon é “a atitude de soltar é a que entra em fase com o Universo. É por esta razão que tudo passa a fluir como deve ser.
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Neste estado de consciência o melhor de qualquer situação é encontrado. A solução de todos os problemas passa pelo soltar. Embora soltar seja a coisa mais difícil para o ser humano, ele é, em última análise, o destino final de todo ser. Soltar deve ser a coisa mais prazerosa de se fazer. A atitude que nos relaxa e permite a unificação. Todo ser Individuado soltou. E tornou-se Individuado porque soltou. Esta é a ordem natural do Universo.”
Entretanto, o fato é que nos deparamos frequentemente nos questionando entre aceitar e/ou romper seja nas relações de trabalho, seja com pais ou filhos, seja no namoro, no casamento, e por aí vai.
Há casos nos quais se é claro para a sociedade de uma forma geral que não deve se aceitar uma dada situação, como não aceitar agressão física, não aceitar homicídio, não aceitar estupro, há também casos polêmicos como o tema aborto, há casos que, infelizmente, há uma certa relativização como a questão da pedofilia, mas sempre o que se tem em comum é o aceitar ou não.
Mas e os casos mais comuns do dia a dia, como ficam?
A Igreja perdeu muito espaço para a Umbanda justamente por não auxiliar questões de ordem direta e pessoal, e se comunicar através de muitas metáforas ou parábolas, as pessoas não sentem que suas dúvidas existenciais são sanadas, se não até mesmo ridicularizadas ou banalizadas, portanto, começaram a buscar outros meios.
Não há crítica aqui na Igreja, pois o que se vê é que a pessoa quando passa um período em contato com Umbanda ou outros meios de se espiritualizar, acaba por regressar a Igreja talvez por entendê-la melhor após um caminho de aprendizado de espiritualização, começa a perceber dogmas e paradigmas de maneira diferente.
Na internet também é possível encontrar um vasto material de apoio para as dúvidas existenciais, seja de psicólogos, espiritualistas, padres, técnicas de reprogramação mental, mantras, grabovoi, códigos sagrados agestas, orações, simpatias, etc.
Mas como será que os especialistas de áreas distintas enxergam a questão da aceitação vs rompimento nas questões cotidianas?
Aceita-se permanecer em um trabalho que não gosta ou dá mais voz a ambição? Estabilidade ou será um sonho visionário fantasioso? Um namorado dorme nos filmes e já se nota que não é muito inclinado a lavar uma loucinha que seja, mas ótima pessoa, tolera isso ou não? Será que seria feliz com ele como marido? A sogra é invasiva e manipuladora: tolera ou parte pra outra? Ele adora ficar em casa, ela adora sair, juntos se dão bem mas essa diferença às vezes causa brigas: tolera ou rompe?
Peita um professor arrogante universitário ou deixa pra lá? Peita um colega de trabalho falso ou deixa pra lá? Escolhe um curso mais tradicional ou um que a vocação pede, mesmo com todos dizendo não? Ter filho ou não ter com tanto desemprego? Rejeição de próximos: erro do outro ou próprio em buscar aceitação? Lutar pela pessoa (pode ser a de um filho de repente) ou romper? Traição: aceita-se ou rompe? Casar ou ser solteiro(a)? Aceitar que gosta de estar só ou isso é se boicotar? Romper esse pensamento ou aceitar?
Mas não dá certo com ninguém, todos estão tão esquisitos hoje em dia. Diversas situações como essas são as mais corriqueiras deixam as pessoas num verdadeiro conflito interno e são essas questões que doem na alma, pois as respostas uma vez colocadas em ação podem causar anos de sofrimento posterior, um passo errado pode atrapalhar a vida toda.
Esse texto foi enviado para alguns especialistas que após lerem deram seus pareceres, inúmeros padres foram contatados e não quiseram colaborar, nem tampouco, nenhum kardecista.
E aí: aceita que dói menos?
A Mãe Julia D’Oxum do Templo de Umbanda Arranca Toco e Zé Pelintra, localizado em São Paulo no bairro de Tremembé, explica que:
Do ponto de vista estritamente espiritual e energético, tendo em vista todas as transformações que os seres humanos estão passando, é possível afirmar que na Umbanda nada é regra. Para toda e qualquer situação existem meios de resolver conflitos e problemas, todos de forma agradável e leve para as pessoas. Obviamente não podemos ter tudo que desejamos, até por que fazemos parte de um grande processo evolutivo.
Como evoluir espiritualmente se não passarmos por situações amargas, tristes e decisivas? Em todos os momentos, estamos tomando decisões e atitudes, optando, escolhendo entre este ou aquele. Felicidade e o sucesso em alta a todo o momento, não nos tornam seres humanos dentro de um processo de evolução adequado, nos tornam pessoas com dificuldades de aceitar uma derrota caso elas aconteçam.
Aceitar ou não determinadas situações é uma forma de você respeitar e não “brigar” diretamente com o Universo, e saber que, quando não se tem escolhas, o melhor que se tem a fazer é aceitar sim!
Na maioria das vezes existem caminhos alternativos, em outros não. Uma pessoa não pode ser “rica” (financeiramente) do dia para noite, simplesmente porque cansou de ser “pobre” e porque do nada ela resolveu que não quer mais aceitar a situação.
Ser uma pessoa bem sucedida financeiramente requer diversas outras atitudes que devem ser preparadas durante um determinado período.
Não se pode ser “famoso” de um dia para o outro se você não construiu nada no passado, não exerceu essa vontade com atitudes positivas, para que fossem geradas energias astrais a seu favor. em zona de conforto, não se alcança absolutamente nada.
A experiência humana na Terra é um ótimo aprendizado, aprendemos com decisões erradas desde que viemos ao mundo.
A espiritualidade te ensina ter fé, perseverar e arremessar para o Universo seus sonhos e correr atrás deles. De nada adianta desejar ir muito bem em uma prova importante e não se preparar para este desafio.
A Umbanda te apresenta meios de melhorar seus progressos, fluindo suas energias para aberturas de caminhos, vontades e atitudes, mostrará que somente através de estudo, paciência, sabedoria e devoção, acreditando que todos os seus esforços naquele momento serão recompensados com a alegria e satisfação, de um resultado positivo que te impulsionará para o futuro que deseja.
Quero dizer que, a Umbanda não faz milagres, ela oferece direção, caminho e planejamento para uma vida melhor, proporcionando momentos de luz, esperança e saída para determinadas situações que até então, não haviam sido vistos por outro ângulo.
Aceitar ou não uma situação é muito relativo. Não se pode aceitar algo que cause dor, insegurança e frustração. Já alguém que não aceita o “envelhecer” e até mesmo a morte, está brigando com o impossível, pois não há como impedir tal fato tão natural. Sofrer e não aceitar o desencarne, seria sofrer antecipadamente por algo que de fato irá acontecer.
Devemos aceitar uma traição do marido ou esposa? Depende, cada um tem um conceito e uma personalidade, e formas diferentes de lidar com situações. Se uma pessoa não consegue conviver com uma traição, com este passado, para que conviver com este “fantasma”? Por que permanecer nessa relação triste e cheia de desconfiança? Não faz sentido, entende?
Por outro lado, temos pessoas que superaram e esquecem com facilidade, conseguindo, passar por cima de determinadas situações, de forma saudável e assim, seguem em frente, sem obstáculos.
Sempre digo que, na Umbanda, nada é imposto, nada é regra, na Umbanda todos têm liberdade de atitudes, mais conhecido como “Livre Arbítrio”.
Tentamos buscar o equilíbrio da espiritualidade com a evolução. Equilibrar a intolerância com a flexibilidade. Deixar de lado aquilo que entristece e acreditar que as energias e vibrações astrais tem o divino poder de mudar e transformar a sua vida, desde que você faça e queira verdadeiramente. Mudar uma situação requer atitude diária, esforço e dedicação.
A Umbanda te mergulha na energia, direção e vontade de seguir em frente, mas atitudes são tomadas por nós, Umbanda não decide a vida de ninguém, ela através do amor te coloca em pé para continuar a caminhada, que certamente serão de novas e mais novas escolhas.
Mãe Julia D’Oxum
Templo de Umbanda Arranca Toco e Zé Pelintra
Av. Senador José Ermírio de Moraes, 1400 – Tremembé – São Paulo – SP
https://nossoase.wixsite.com/nossoase
Para Tânia Peres, terapeuta holística com formação em hipnoterapia, Reiki, Florais de Bach, Cromoterapia, Barras de Access, PNL, entre outras especializações, localizada em Pirapozinho/SP, também realiza consultas online, explica que:
Se olharmos para a frase ‘aceita que dói menos’ como uma perda, derrota, submissão, sentimos como se nos cobrassem uma aceitação passiva da impossibilidade de termos algo ou alguém dando-nos a incômoda sensação de impotência diante de alguma situação que nos apresenta.
Exemplo disso: podemos citar o marido que trai a esposa e ela por amor precisa “aceitar” para que o casamento não termine. Ou, quando o ladrão invade nossa casa e precisamos “aceitar”, pois, afinal a insegurança rege… mais impotentes ainda nos sentimos quando precisamos “aceitar” que nos tirem a liberdade, afinal a violência predomina. Precisamos “aceitar” que levem nossa dignidade a total insignificância quando o professor finge que ensina, aluno finge que aprende, pois o sistema está falido.
Ou, quando meu ente querido não recebe atendimento, afinal os hospitais estão lotados… e tantas e tantos outras situações desumanas que temos que lidar enquanto estamos humanos.
A aceitação vista como castradora nos limita, nos impede de agirmos ou de questionarmos. Portanto, nos tira a fé na transformação, na verdade e acima de tudo, em nós. No entanto, sob o olhar de que somos seres em desenvolvimento, que somos espíritos vivendo em um corpo e que aqui nessa experiência somos professores e aprendizes tendo oportunidades de evolução espiritual, mental e emocional, a frase: “aceita que dói menos” nos remete ao fato de que o “aceitar” é o não julgar, não desequilibrar-se com situações ou pessoas que não compreendemos.
Isso não é rendição, submissão ou derrota, é simplesmente, amor a minha essência. É respeito ao meu Deus, ao meu compromisso de me fazer melhor e feliz nessa oportunidade de estar aqui nesse planeta, nesse corpo, família, comunidade, etc.
Aceito que existem situações que fogem do meu controle ou compreensão, e que nem por isso, devo me submeter, interagir ou participar da situação em questão. Aceito que não posso mudar o outro, aceito com desapego.
Não exijo do outro nada além daquilo que ele é capaz de oferecer. Sabendo que qualquer situação que me parece incompreensível, é temporária e traz oportunidades únicas de aprendizado, que vão além de mim, além da minha vontade, compreensão ou aceitação.
Aceito e compreendo.
Aceito e solto.
Aceito e me poupo da dor da ignorância, minha e dos outros.
Aceito e retorno ao ponto de partida que dá sentido a tudo: o tempo é curto e ele passa.
Tânia Peres
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