A democracia é definida desde a Grécia antiga como “governo do povo”, sendo compreendida como uma forma de governo em que se faz necessária a participação efetiva da população para funcionar. Qualquer centralização de poder que vise tirar o direito da sociedade de integrar a vida política deve ser compreendida como ataque ao regime e à liberdade.
Entretanto um indivíduo só faz parte propriamente de uma coletividade participativa dentro da democracia se puder contar com informações que lhe permitam refletir sobre o que acontece. Desse modo, pode controlar seus dirigentes, fazer propostas e críticas, julgar e escolher e exercer seu papel como cidadão. Caso contrário, a população se torna alienada e simplesmente apática a qualquer tipo de decisão que seja tomada pelo sistema, sofrendo as consequências de uma decisão que não foi sua, mas que indubitavelmente afetará sua vida.
No Brasil, a lei n. 12.527/2011, também conhecida como Lei de Acesso à Informação, estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou coletivo, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado. Mas convenhamos que não é bem assim que a banda toca.
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O segundo agravante referente ao acesso à informação é que, mesmo com a vitória no rompimento das barreiras burocráticas do Estado, temos acesso à notícia sempre mediada por um meio de comunicação de massa, que nem sempre busca divulgar a mensagem com a maior das parcialidades. Esses meios determinam, escolhem e pautam os assuntos sobre os quais a audiência vai conversar e querer mais informação. Da mesma maneira, em sentido inverso, os interesses da audiência também vão agendar os assuntos abordados pela mídia e pelos emissores. O receptor formará uma agenda conforme perceber determinado tema como muito relevante ou importante e, ao mesmo tempo, sentir-se desinformado sobre ele.
Por isso é importante ter contato com diversos tipos de jornais, sites, blogs, canais, formadores de opinião etc. É necessário embasar sua opinião analisando pontos de vista divergentes, e assim entender um pouco melhor sobre a informação, em vez de simplesmente tomar tudo que é dito como verdade absoluta e defender uma opinião que talvez não seja mesmo a sua.
Texto produzido por Nikolas Biscaro Artioli da equipe EuSemFronteiras