A sociedade funciona segundo suas próprias normas. A compilação dessas normas é algo construído ao longo da formação dessa comunidade e conta com aspectos concretos e também reflete aspectos inconscientes do coletivo.
A adolescência é uma fase de transição, mudança, experimentação, questionamento, escolhas, erros, confrontos… parece uma fase só de sofrimento, porém, através desse turbilhão é que advém o florescimento da essência daquela pessoa, o renascimento, o crescimento, o desenvolvimento. Ou seja, a verdadeira entrada na vida adulta.
Para todo lado que se olha, percebemos a infância e a vida adulta. A adolescência é invisível, é negada, é disfarçada, escondida, desconsiderada. Fazem com que ela se torne invisível. No comércio, nas políticas públicas, até nas escolas, a infância tem prioridade, mas a adolescência é esquecida. Em alguns ambientes parece até que adolescência é doença, algo demoníaco.
A adolescência incomoda uma sociedade que não cresceu, uma sociedade que não evoluiu, uma sociedade que não desenvolveu. Portanto, para amenizar o próprio sofrimento, essa sociedade apaga a adolescência, ela nega aos seus próprios jovens a possibilidade de vivenciar essa fase turbulenta, mas imprescindível,
Entrar na vida adulta é poder realizar esse luto da criança que foi, e receber o adulto que chega. É uma fase extremamente importante para as elaborações psicológicas e emocionais.
Mas e quando essa vivência é negada pela sociedade? O que uma sociedade que não enxerga a adolescência como parte da jornada demonstra?
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Fazendo uma analogia podemos entender que uma sociedade que não permite a vivência da adolescência ainda vive presa à infância. Não é capaz de gerenciar a vida adulta com as responsabilidades que ela traz.