Abuso é a apropriação e usufruto do valor, característica, personalidade, condição familiar, financeira, emocional e psicológica de outrem em benefício próprio, de modo a fazer mal ao originário.
Infelizmente, é raro encontrar quem não tenha passado por situações abusivas, tentativas de abuso e/ou já tenha sido abusivo de alguma maneira. Atendo diariamente casos de diversos tipos, dos mais sutis aos mais explícitos!
Abusos criam marcas para sempre, e o pior, acabam por estruturar a personalidade de tal maneira que o indivíduo acaba por confundir sua identidade com as características sintomáticas. Tais quais:
?Medo constante de se relacionar;
?Dificuldade permanente de se abrir com pessoas e fazer amigos;
?Desconfiança de tudo e todos;
?Choros aparentemente sem motivo;
?Esperar sempre o pior das situações e das pessoas;
?Pessimismo;
?Baixa autoestima;
?Sensação de falta de mérito;
? Desvalorização de si própria;
?Sensação de incapacidade;
?Extrema vulnerabilidade;
? Autodestruição (desde roer as unhas a ações claramente mórbidas ou fatais);
? Codependência.
Há ainda personalidades que expressam o impacto do abuso em comportamentos autodefensivos, em que há “disfarces psíquicos” de todo tipo na tentativa de anular ou esconder suas fragilidades e dor. Tais quais:
?Inconsequência;
?Arrogância;
?Raiva permanente e irritabilidade constantes;
?Agressividade abrupta;
?Violência contra os outros;
?Responsividade;
?Destaque nos grupos por sentir-se sempre o diferente (via popularidade ou exclusão);
?Complexo de superioridade;
? Autossuficiência;
?Dependência afetivo-emocional.
Abusos acontecem em vários aspectos e fases da vida e normalmente os mais difíceis de serem tratados são os sutis e “normalizados”.
? Desautorização na frente de colegas de departamento (humilhação) ou de um genitor pelo outro frente aos filhos, de uma sogra com a nora perante uma louça ou escolha que envolva seus filhos;
? Os “cala-bocas” inseridos num contexto familiar como via de educação;
? A crítica constante disfarçada de boa intenção e colaboração;
? Ausência ou omissão perante um dependente (criança, pet, doente, idosos impossibilitados);
? Pressão por sexo ou exigências sob qualquer tipo de ameaça de perda ou punição expressa ou velada.
?Chantagens “bobas”. Ex.: “Se não pegar isto pra mim, ficará sem sorvete”.
? “Pegar carona na energia”, ou seja, alguém está indo muito bem em algo (profissão, por exemplo) e é exigido, por consanguinidade, a “arranjar” emprego ou ajudar financeiramente o irmão encostado.
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? Lesão, exposição e invasão à intimidade física e emocional sem consentimento. Por exemplo, expor um segredo ou fraqueza de um amigo ou cônjuge em uma reunião social.
Fique atento aos sinais, ao histórico e lembre-se de que ajuda profissional é essencial para um encaminhamento funcional e sadio dessas “feridas”.
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