Autoconhecimento Psicapometria

Ahimsa: a não violência

Escrito por Paulo Tavarez

Para pregar a Paz, primeiro você deve ter a Paz dentro de você.

– São Francisco de Assis.

Nos aforismos de Patânjali, codificador do Yoga clássico, encontramos como primeiro Yama, ou seja, como primeiro mandamento do praticante, uma prescrição ética chamada Ahimsa.

Ahimsa é simplesmente não-violência, é o respeito incondicional a toda manifestação de vida, qualquer que seja a forma em que se apresente, incluindo a si mesmo.

A violência é um resposta emocional que reflete o estado, ainda primitivo, do ser humano. Está enraizada na estrutura do caráter do indivíduo, retrata as vulnerabilidades do ser humano através dos evidentes conteúdos afetivos que repousam como barris de pólvora na alma humana; conteúdos que guardam informações desagradáveis de acontecimentos traumáticos que criaram um programa emocional com a linguagem primária dos instintos de defesa do ser, assim, diante de situações limítrofes ou de eventos específicos, o estopim é aceso e todo esse material armazenado se manisfesta de forma agressiva e incontrolável.

Muitas vezes, encontramos pessoas pacíficas, amáveis e profundamente engajadas no caminho do bem, reagindo de forma intempestiva, descontrolada, mostrando uma completa incapacidade de lidar com situações prosaicas do cotidiano e é comum dizermos: “Nossa, eu não sabia que você era assim!”. Na verdade, a surpresa é comum por desconhecermos a dinâmica dos agentes repressores que funcionam como uma espécie de válvula dessa panela de pressão; por isso, não é raro nas pessoas irascíveis, o desenvolvimento de máscaras arquetípicas que possibilitem uma maior aprovação do meio.

Muitos pregam a paz, mas vivem dentro de um inferno interior, vitimados por alterações de humor, alternando personalidades e sofrendo para lidar com as pulsões do inconsciente.

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O caminho da paz, da não-violência, passa pelo autoconhecimento. Enquanto não olharmos para a própria sombra e buscarmos um diálogo interior fraterno, esses elementos continuarão a nos incomodar.

Para aceitar o outro será preciso aceitar a si mesmo, para perdoar o outro será necessário uma disciplina de autoperdão, para não julgar o outro será necessário um treino consigo mesmo, pois o grande laboratório onde iremos criar as soluções necessárias para a nossa transformação é o próprio eu. As conquistas serão rápidas e automáticas, pois tudo é questão de prática.

Tão necessário quanto amar o próximo é amar a si mesmo, esse é significado profundo da máxima cristã.

As atividades físicas, a prática de Yoga, terapias ocupacionais, trabalhos voluntários e muitas terapêuticas disponíveis, atuam no processo de eliminação das cargas afetivas responsáveis pelo temperamento agressivo daqueles que não conseguem gerir as próprias emoções.

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Esperar que o mundo se ajuste às suas demandas internas é um erro, é preciso, também, que você desenvolva uma equanimidade, seja mais tolerante e desenvolva uma maior aceitação, pois todos nós estamos aqui para isso.

Gandhi, talvez tenha sido a maior referência de paz dos últimos séculos, pregava o Ahimsa como solução para qualquer questiúncula, dizia veementemente que não há caminho para a paz, a paz é o caminho, com isso, conseguiu transformar a realidade de toda uma nação, além de servir de exemplo para a humanidade.

Sobre o autor

Paulo Tavarez

Instrutor de yoga, pedagogo, escritor, palestrante, terapeuta holístico e compositor. Toda a minha vida tem sido dedicada à construção de um mundo melhor.

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