Você se lembra da sua avó comentando que, quando ia ao mercado próximo de sua casa, levava ovos e poderia trocar por outro produto? Isso parece algo impossível nos dias de hoje, não é mesmo? Ainda mais na economia capitalista onde qualquer coisa tem um custo.
Mas, no Acre, em uma reserva extrativista de Alto Juruá, que fica próxima à fronteira do país com o Peru e a quase 600 km de Rio Branco, mora uma comunidade onde a economia é baseada na troca. Não é incrível?
Como é?
Quem conta essa história e também fez um estudo para conhecer de perto como é este tipo de economia foi o antropólogo Roberto Rezende. Ele chegou a morar por 6 meses na comunidade para ver como tudo funciona de perto e disso resultou a sua tese de doutorado na Unicamp.
Por exemplo, no período de colheita, é solicitada a ajuda de alguém. Assim, se tem uma dívida que pode ser paga de diversas formas. Com isso, eles fazem um acordo entre si mesmos. No estudo, Roberto pode ver que isso ocorre muito na agricultura, na cultura e na pesca, por exemplo.
Não é mesmo interessante? Ainda é difícil acreditar que comunidades assim vivam com essa economia baseada na troca. E que bom que dá certo. O Acre não deve ser o único estado, devem ter outras regiões do país que fazem o mesmo.
Economia colaborativa
Claro que esse tipo de economia em cidades grandes é praticamente impossível em virtude do sistema que se adota. Mas, podemos afirmar que, em grandes cidades, podemos dar o nome de economia colaborativa. Clicando aqui neste link você poder ler um pouco mais sobre economia colaborativa.
Hoje em dia, há sites de venda de produtos, troca de serviços e até mesmo venda de experiências. Um exemplo é a plataforma Tem Açúcar onde você pode pedir algo emprestado ou também emprestar.
Outra economia
O caso no Acre mostra que ainda vivemos em desigualdade, mas essa não quer dizer que seja ruim. É a forma que se entendem. É preciso admitir que, em cidades grandes, é impossível, mas vale a reflexão sobre a forma que essas pessoas vivem. Não que sejam humildes, mas querem nos mostrar que ainda existe bondade e confiança e que dívida não precisa ser paga só por dinheiro.
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Que, nas grandes cidades, movimentos como a economia colaborativa se espalhem. Que venham mais plataformas para auxiliar essa nova economia alternativa.
Texto escrito por Angélica Fabiane Weise da Equipe Eu Sem Fronteiras